Mãe descobre covid no filho de 3 anos após encontrar manchas no corpo

Manchas vermelhas no corpo de crianças podem ser sinais de covid (Foto: Arquivo pessoal)

A mineira Suelen Caroline Santiago Magalhães Rosalino, 30 anos, levou um susto quando descobriu o motivo por trás das manchas no corpo do filho, João Marcos, 3 anos. “Assim que o viu, o médico já me disse que era covid. Levei ao hospital, pois estava muito preocupada. Em apenas uma noite de sono, as manchas nos braços e pernas duplicaram. Além dos braços e pernas, as manchas aparecem também nos dedinhos, palma das mãos e sola do pé”, contou. A mãe disse que essas foram praticamente os únicos sintomas. “Ele chegou a ficar febril, mas a temperatura dele não passou de 37,5. Foram as manchas que coçavam e nada mais! Achei que era alergia de alguma picada ou alimentação, mas não era. Ele fez o teste e resultado: o médico estava certo! Aí ficamos todos em casa, isolados”, explicou.

Suelen e o marido, Marcos 38 anos, também testaram positivo para a covid. “Nós sentimos dores fortes no corpo, fraqueza e dores de cabeça. Somente em um dia, fiquei com febre. Já meu esposo não teve alteração na temperatura, mas teve também uma tosse seca, tipo alérgica”, comentou. “Paramos totalmente por 14 dias. Nada de trabalho externo! Nada de rua! Totalmente em casa. Supermercados e farmácia apenas on-line. Inicialmente, foi complicado. As dores fortes no corpo levaram meu esposo a dormir no colchão, no chão, ao lado da nossa cama. A insegurança e medo de piorar nos deixaram ansiosos. João, totalmente preso em casa, começou a ter hábitos não comuns, como jogar tudo pela janela! Dormia tarde também, às 2 da manhã. Como o vírus é muito novo e sofre muitas mutações, ficamos com medo de piorarmos”, lembra.

Com menos de dois meses de vida, João contraiu meningite bacteriana. Na época, foram mais de três meses de hospitalização e diversas cirurgias. Ele ainda precisou ter parte de uma perna e dedos das mãos amputados e, hoje, após anos de reabilitação, usa prótese. A mãe conta a história do menino através do perfil @joaomarcosguerreiro, no Instagram. “Foi complicado! As manchas no corpo do João nos assustaram, pois a meningite meningocócica também tem esse sintoma. Então, mesmo sabendo que ele já teve, foram manchas como essas que levaram à necrose e, depois, à amputação. Fiquei com um medo silencioso”, disse. Mas, apesar de as fotos assustarem, em uma semana o pequeno João já estava 100%. “O médico receitou antitérmico, anti-histamínico e um spray nasal. Ele não estava visivelmente gripado ou com sintomas, mas suas narinas estavam inchadas e um pouco irritadas”, disse. A família testou positivo no dia 1 de dezembro. “Já se passaram os 14 dias, mas com tantos casos de piora, ficamos preocupados, mas sem neura. Redobramos a atenção”, finalizou.

MANCHAS NA PELE X COVID

“Como qualquer virose, este vírus pode acometer a pele também”, explica a dermatologista Selma Maria Furman Hélène, presidente do Departamento de Dermatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). Segundo o pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, as manchas na pele, apesar de raras, podem ser manifestações de covid. “Em alguns, podem aparecer manchas vermelhas ou, ainda, formar quadro alérgico, com manchas mais elavadas. Em outros casos, notamos manchas azuladas com extremidades brancas. Isso acontece porque a covid causa uma inflamação de vasos. Em geral, não costuma coçar ou doer, mas no quadro alérgico, é indicado o uso de antialérgico para diminuir os sintomas”, explicou. O pediatra lembrou ainda que, em geral, as manchas não costumam ser o único sintoma. “A covid é multifatorial. Uma pessoas pode ser assintomática ou apresentar diversos sintomas. O vírus ainda é considerado imprevisível”, comentou.

Alguns estudos associaram a covid com uma síndrome que também apresenta manchas pelo corpo, chamada Síndrome Multissistêmica Inflamatória Pediátrica. Por isso, o mais indicado é buscar atendimento o quanto antes. “O médico fará diferença ao realizar o exame clínico. Todas as manifestações cutâneas, independentemente de febre e coceira, devem ser consideradas e serem avaliadas por um dermatologista”, orientou Selma.

Fonte: Crescer

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