Vanuza do Carmo dos Santos costumava preparar roscas para o café da manhã do dia de Natal. Ela ainda era a responsável pelas sobremesas que levava para a ceia na casa da irmã.
“Ela gostava muito de fazer dozes. O pavê dela era uma delícia. Mas este ano, este ano não teve Natal pra gente”, disse Márcia da Penha Lima Nunes, irmã de Vanuza, que morreu assassinada a facadas pelo marido, Adriano Eustáquio de Oliveira Braga em setembro deste ano.
A primeira audiência de instrução e julgamento do caso foi marcada para o dia 28 de janeiro, quando provas serão mostradas ao juiz e depoimentos serão colhidos.
O crime aconteceu no bairro Jaqueline, na Região Norte de Belo Horizonte. De acordo com as investigações, antes de Vanuza sair para trabalhar, o casal teria discutido por ciúmes. Dentro do carro, o suspeito parou o veículo e esfaqueou a mulher onze vezes. Nove golpes foram no coração, segundo a polícia.
Vanuza morreu na hora, mas o marido dela chegou a levar o corpo para o Hospital Risoleta Neves, no bairro Vila Clóris, na Região Norte de Belo Horizonte, alegando que a mulher teria sido vítima de um assalto.
O médico que atendeu o caso desconfiou da versão do suspeito e acionou a polícia.
“Ele alegou ao médico que, enquanto levava a mulher para o trabalho, dois homens teriam abordado o carro onde eles estavam e pediram o celular da esposa dele. Com a negativa, os homens teriam golpeado a mulher com uma facada, mas o laudo médico mostrou que as facadas aconteceram de dentro do carro”, contou o Tenente-Coronel Bruno de Assunção Coelho, comandante do 13º batalhão que atendeu a ocorrência.
O homem foi preso e, mais tarde, confessou o crime.
“A gente espera por Justiça. O sobrinho dela tem onze anos. Ele está comigo agora. Coitadinho. Chora o tempo todo de saudade”, disse Márcia.