Um retrato do presidente da República Juscelino Kubitschek feito pelo pintor modernista Di Cavalcanti, em 1957, é alvo de uma disputa entre a Prefeitura de Diamantina e o museu Casa de Juscelino. No dia 21 de dezembro, data em que a obra seria leiloada, o município decretou provisoriamente o seu tombamento.
O leilão, que iria acontecer em São Paulo, já tinha sido suspenso pela Justiça por meio de liminar em favor da prefeitura. O retrato está avaliado em R$ 1 milhão. O dinheiro arrecadado seria usado para reabrir o museu Casa de Juscelino.
“Eu ganhei o quadro de um amigo. Foi um presente. Agora vou esperar o trâmite da Justiça. O quadro continua em São Paulo. A Casa de Juscelino, que funciona por meio de um convênio, não recebe um centavo do poder público”, disse o diretor-presidente da casa, Serafim Jardim.
O valor arrecadado seria usado para pagar dívidas que chegam a mais de R$ 500 mil e reabrir o museu. De acordo com Serafim, desde 2017, o museu não recebe recursos de manutenção e custeio. Eles foram bloqueados pelo Governo de Minas Gerais, que questionou as contas da instituição. Segundo ele, os recursos sempre foram empregados corretamente.
Por outro lado, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais informou que a Casa está com prestações de contas de repasses públicos em aberto, desde de 2013, o que foi contestado por Serafim.
“Eu pretendo entrar na Justiça por danos morais. A prestação de contas está correta”, disse ele.
Segundo a prefeitura, o tombamento provisório foi feito para garantir que a obra não fosse parar em coleções privadas. Agora, ela aguarda anuência da Casa de Juscelino para dar seguimento ao processo. Porém, Serafim alegou que não vai assinar nenhum papel.
“Não me convocaram para nada. Não me convidaram para participar de nada. Não vou assinar papéis sobre este assunto. Vou aguardar a decisão final da Justiça”, disse ele.