– Alô, é do Samu? – O que posso ajudar? – Por favor, envie uma equipe com ambulância para atendimento de uma pessoa que acabou de ser atropelada aqui na rua. – Qual o nome do senhor? Me passe, por favor, o endereço onde se encontra. O senhor vai falar, agora, com o médico de plantão para passar os detalhes. Ok?
Este é um resumo de uma das 319.762 ligações telefônicas que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) recebeu em 2020 e, apesar da quantidade elevada, houve uma redução das ligações recebidas em comparação ao ano anterior. Isso porque, em 2019, foram registrados 483.975 telefonemas, o que representa o registro de 164.213 ligações a menos, ou uma queda de 33,93%.
Na relação dos atendimentos a pacientes acometidos pela Covid-19, o Samu registrou um total de 1.649 ocorrências nas Centrais Maceió e Arapiraca entre março e dezembro do ano passado. Esses números representam transferências de pacientes de um hospital para outro, quando apresentavam alguma gravidade clínica e eram regulados para outra unidade.
“O Sumu Alagoas teve uma participação fundamental no atendimento de pacientes com suspeita e também diagnosticados com a Covid-19, realizando as transferências inter-hospitalares. Além disso, é uma referência nacional nas emergências e urgências. Temos inclusive, o nosso Serviço Aeromédico (UTI aérea), que é um orgulho dos alagoanos”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres.
Para Josileide Costa, supervisora geral do Samu Alagoas, o ano de 2020 foi atípico devido à pandemia da Covid-19. “Tivemos muitos desafios, principalmente no período de março a agosto, quando a pandemia se alastrou não só em Alagoas mas em todo o país. Nesse momento difícil tivemos todo apoio necessário da Sesau para fazermos os atendimentos relativos à pandemia, como também os de urgência e emergência, que é o foco do Samu”, destacou a supervisora.
Como 2020 foi um ano atípico, os Setores de Estatísticas das Centrais de Maceió e de Arapiraca registraram uma redução em todos os índices de atendimentos. Com exceção do item Tentativa de Suicídio, que aumentou de 180 para 302, ou seja, uma média de 25,16 por mês, o que representa um caso por dia.
Outro índice que chamou a atenção foi o de atendimentos psiquiátricos (que englobam não apenas atendimentos psicológicos, como também, surtos psicóticos, além de atendimentos por uso de bebida alcoólica e drogas ilícitas, que reduziu de 2.508 para 1.798.
Trotes – Com relação ao número de trotes, também foi registrada uma redução, quando comparados os índices de 2019 com os de 2020. A redução chegou a 38,97%, ou seja, passou de 193.249 para 117.032 nas Centrais, Maceió e Arapiraca.
As equipes do Samu também realizam atendimentos de natureza traumática clínica, pediátrica, gineco-obstétrica, como nos casos de intoxicação, queimaduras, quadro infeccioso, trabalho de parto, em crise hipertensivas (pressão alta) e em casos de hipoglicemia (baixa taxa de glicose no sangue). O serviço também prestou assistência a vítimas de acidentes com produtos químicos perigosos, além de ter realizado transferência de pacientes de um hospital para outro.
Nesses itens, o atendimento do Samu também houve uma breve redução, mas é o item que mais se atende. Em 2019 foram 18.195 atendimentos e, no ano passado, 13.523, uma redução de 4.672. Os números representam os índices das Centrais Maceió e Arapiraca juntas.
Os índices de atendimentos de trânsito também foram reduzidos. Esse dado explica um pouco a situação que a população vivenciou no início da pandemia da Covid-19, ou seja, a proibição, inclusive de se locomover para o trabalho, além de fazer qualquer tipo de viagem. Em 2019 o Samu realizou 8.199 atendimentos e em 2020 foram 6.126, ou seja, uma redução de 2.073 ocorrências.
Além dos atendimentos de urgência e emergência traumáticas, o Samu também realiza ocorrências obstétricas, que vão desde os casos de trabalho de parto, desmaios de gestantes e as transferências de bebês de um hospital para outro. Em 2019 foram 1.402 atendimentos e no ano passado foram 1.108, o que representa uma redução de 294 casos.
Redução da violência – O Governo do Estado tem trabalhado para equipar as polícias e, com isso, reduzir os índices de agressões. E esse trabalho tem surtido efeito, segundo atestam os dados colhidos no Samu. Os casos de agressão física por arma branca (faca ou qualquer objeto pontiagudo) reduziram de 376 em 2019 para 296 no ano passado, o que representa uma queda de 80 ocorrências. O mesmo ocorreu com arma de fogo, que passou de 386 para 321, revelando uma redução de 65 casos.
Centrais do Samu – Alagoas é um dos poucos Estados que tem 100% de cobertura do Samu. Além das Centrais Maceió e Arapiraca, a cada 30 km existe uma Base Descentralizada, que cobre toda a população do município onde está instalada e também os municípios circunvizinhos.
A Central de Maceió é responsável por coordenar 16 Bases Descentralizadas, localizadas na I Macrorregião de Saúde de Alagoas. Além de União dos Palmares, ela é formada pelos municípios de Viçosa, São Miguel dos Campos, Porto Calvo, Coruripe, Joaquim Gomes, São Luiz do Quitunde, Maragogi, Teotônio Vilela, Rio Largo, Murici, Marechal Deodoro, Barra de Santo Antônio, Colônia Leopoldina, São Miguel dos Milagres e Atalaia.
Já a Central de Arapiraca é responsável por coordenar 19 Bases Descentralizadas. Além de Penedo, ela é formada pelos municípios de Ouro Branco, Delmiro Gouveia, Pão de Açúcar, Santana do Ipanema, Palmeira dos Índios, Cacimbinhas, Maribondo, Porto Real do Colégio, Campo Alegre, Mata Grande, Girau do Ponciano, São Sebastião, São José da Tapera, Inhapi, Piranhas, Olho D´Água do Casado, Batalha e Traipu.