“A sensação de sair do hospital curado foi maravilhosa. Foi como tivesse nascido de novo”. A declaração emocionada é do auxiliar de serviços gerais, José Luciano Silva, 46 anos, e ocorre mais de oito meses depois de ser internado para tratamento da Covid-19, no Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca.
Ele foi o paciente número um, admitido após o hospital abrir os leitos para atender as pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Casado e pais de três filhos, José Luciano Silva mora na cidade de Taquarana, a 83 quilômetros de Maceió.
O auxiliar de serviços gerais diz que começou a sentir os sintomas de uma gripe no dia 22 de abril do ano passado. “Tive espirros, dor no corpo, frio e um pouco de febre, além de dor na garganta”, lembra.
José Luciano relata que suspeitou da Covid-19 seis dias depois, porque passou a ficar cansado e muito fraco. “Nunca tive nenhum problema de saúde, como diabetes ou pressão alta. Tive muito medo nos primeiros dias e pensei que ia morrer”, conta, emocionado.
O paciente foi internado no dia 2 de maio no Hospital Djacy Barbosa, em Arapiraca, e três dias depois foi transferido para o Hospital de Emergência do Agreste (HEA). “Fui muito bem cuidado, fiquei recuperado da doença e tive alta no dia 14 de maio”, relembra José Luciano.
No total, foram 13 dias internado para tratamento da Covid-19 no maior hospital público do interior de Alagoas, mantido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). “Hoje estou bem, graças a Deus, e gostaria de fazer um agradecimento à Gerência do Hospital de Emergência do Agreste, que me deu a maior força, e também aos médicos e enfermeiros que cuidaram muito bem de mim”, enfatizou ele.
José Luciano diz que consegue realizar as suas atividades diárias normalmente. “Vejo a pandemia hoje como uma coisa muito perigosa e que mata com força. O conselho que eu dou para as pessoas é que se cuidem da melhor maneira possível, usando todos os meios de prevenção possíveis”, recomendou, com a experiência de ter sentido na pele os efeitos nocivos da Covid-19.
Estrutura ampliada
Para atender os pacientes infectados com a Covid-19, a gerente do HE do Agreste, Bárbara Fernanda Albuquerque, com o apoio do secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, montou uma ala exclusiva para o tratamento de pessoas com a doença.
A ala, que obedece aos protocolos de segurança e normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério da Saúde (MS), conta com 77 leitos exclusivos para tratar pessoas com suspeita e que testaram positivo para a Covid-19. Do total de leitos, 27 são de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 50 Clínicos.
E, separado da nova estrutura, está funcionando a ala para pacientes com os mais variados tipos de traumas. De abril até dezembro de 2020, o Hospital de Emergência do Agreste (HEA) atendeu 814 pacientes com Covid-19. Desse total, 472 internamentos foram de homens e 342 mulheres, que receberam assistência médica especializada para tratamento e cura da Covid-19.