Após liberação, Paes recua e diz que irá revogar público em estádios

Resolução previa reabertura das arquibancadas, com limitação de público, mas prefeito admitiu horas depois que 'a medida é quase impossível de ser fiscalizada'.

Vista do Maracanã no jogo entre Fluminense e São Paulo no dia 26 de dezembro de 2020 — Foto: Alexandre Loureiro/Reuters

O prefeito Eduardo Paes voltou atrás e anunciou que vai revogar a presença do público nos estádios do Rio.

A volta da torcida às arquibancadas constava das novas regras contra a Covid-19 publicadas nesta quarta-feira (13) em uma resolução conjunta das secretarias de Saúde do estado e do município.

Em uma rede social, Paes escreveu:

“A decisão de liberar os estádios com uma ocupação máxima de 1/10 está correta tecnicamente, de acordo com nossa secretaria de saúde. No entanto, obviamente trata-se de medida quase impossível de ser fiscalizada. A medida será revogada.”

A reabertura das arquibancadas seria com restrição da capacidade, dependendo da classificação de risco para Covid-19 da região, divulgada toda sexta-feira pelo município.

O último boletim, divulgado no dia 8, trazia 18 bairros com risco alto — caso dos três principais estádios do Rio.

O painel de Covid-19 registrava, na manhã desta quarta-feira (13), 15.664 mortos na capital, com 175 mil casos. Em todo o estado, eram quase 27 mil óbitos e 465 mil casos.

As mortes por Covid-19 no RJ estavam com tendência de alta (+115%), segundo o mesmo boletim.

Nesta quarta, 140 pacientes com suspeita ou confirmação da doença aguardavam transferência — 62 para uma vaga na UTI e 78 para enfermaria.

Outras regras
A resolução tratava ainda do funcionamento de boates, cinemas e teatros. Ao anunciar o recuo nos estádios, Paes não esclareceu se essas medidas serão mantidas.

Casas noturnas devem interditar a pista de dança e proibir pessoas em pé entre as mesas, independentemente da classificação de risco.

Se o estabelecimento ficar em uma região com risco moderado, poderá ter metade da capacidade; com risco alto, 25%; e risco muito alto, não deve abrir.

Nas últimas semanas, no entanto, flagrantes mostraram estabelecimentos lotados e a maioria sem máscara — como em festas de pré-reveillon.

Veja as restrições em outros setores.

Cinemas e teatros

devem ampliar o horário de funcionamento, a despeito da classificação;
risco moderado: metade de capacidade;
risco alto: 1/3 da capacidade;
risco muito alto: 1/4 da capacidade, com distanciamento de 2 metros.

Supermercados e farmácias

risco moderado: sem restrições;
risco alto: 2/3 da capacidade;
risco muito alto: metade da capacidade e ampliação obrigatória do horário.
Shoppings

risco moderado: 3/4 da capacidade;
risco alto: 2/3 da capacidade;
risco muito alto: fechado, exceto para entrega em domicílio.

Fecham em risco muito alto
Além de shoppings e boates, essas atividades e locais não podem funcionar se o bairro estiver em risco muito alto:

Ambulantes e feirantes;
Estádios e ginásios;
Clubes;
Museus;
Galerias e exposições de arte;
Aquário;
Conferências, convenções e feiras comerciais.
Medidas permanentes e sugestões
A resolução reforça os cuidados básicos de higiene, como a limpeza constante de superfícies, o uso de álcool para as mãos e a obrigatoriedade de máscaras.

O texto cita ainda “medidas recomendáveis”.

Evitar ao máximo o convívio com pessoas estranhas ao ambiente doméstico e a proximidade com pessoas do convívio cotidiano que circulam por ambientes externos;
Priorizar atividades ao ar livre, mantendo distanciamento social;
Adotar o regime de teletrabalho;
Deslocar-se pela cidade a pé, bicicletas, patinetes ou patins, como medida para evitar aglomerações no transporte público;
Realizar a autonotificação via app, em caso de sintomas respiratórios.

Fonte: G1

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