A prisão de um homem de 40 anos nesta segunda (18), em Maceió, pode levar a polícia judiciária a descobrir novas vítimas do acusado. Uma mulher de 38 anos, que luta há 11 anos contra um Linfoma de Hodkin, afirma que foi lesada e teve o seu nome, e o da mãe, incluso no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) devido a golpes do suspeito. LEIA MAIS AQUI.
Segundo boletim de ocorrência registrado pela vítima, em agosto de 2020, o suspeito era seu amigo de infância e teria se reaproximado quando a jovem precisou se internar para tratamento de saúde, dando início a um relacionamento amoroso.
“Ele era meu amigo de infância e mantínhamos contato pelas redes sociais. Eu sabia que ele fazia negócio com carros. Então em janeiro de 2020, eu vendi um carro e o dinheiro guardei na poupança para as despesas pessoais durante o ano de 2020 já que descobri que além do Linfoma de Hodkin também estava com uma doença secundária, chamada Síndrome Mielodisplásica. Com isso, precisei me afastar das atividades profissionais e minha renda diminuiu. Como ele fazia negócio com carro, entrou em contato comigo me oferecendo um carro de leilão. Por confiar, por ser meu amigo de infância, comprei dois carros, dando um total de R$24 mil. Já que comprei os carros mais baratos, a proposta era vender os veículos e guardar o valor para as despesas do ano. Em março, precisei ficar hospitalizada por conta da minha saúde e ele se aproximou com intenções de namorar comigo. Quando sai do hospital, iniciamos um relacionamento que durou apenas quatro meses”, contou a vítima ao Alagoas 24 Horas.
Durante o relacionamento, o suspeito, alegando que estava sem ter onde morar, foi acolhido pela vítima, propiciando o aumento do golpe, com o não pagamento das despesas fixas dela e da mãe, como financiamento de imóvel, cartões de crédito e companhia energética.
“Isto aconteceu justamente no período da pandemia e ele dizia que os carros comprados estavam presos no pátio do Detran por conta da pandemia. Então, eu acreditei. Passou o tempo e aconteceram outras coisas. No período, eu pensei que meu celular tinha sido clonado, existiram compras nos cartões de crédito e débito. Isto tudo tem B.O. Quando estávamos na relação, por estar sem dinheiro, ele dizia que pagaria as contas. Ele dizia que pagava e me entregava os comprovantes falsos. Eu pensava que estavam pagas e continuava chegando cobrança”, relatou.
O suspeito foi desmascarado quando inventou uma irmã, para também tentar extorquir a vítima. Essa mulher nunca existiu, sendo o próprio acusado o autor dos pedidos de dinheiro.
“No meu celular chegavam mensagens como se fossem da irmã dele. Ela me pediu dinheiro emprestado também. Depois, descobri que não era minha cunhada, mas sim ele. Desconfiei, liguei para o número que a suposta irmã falava e o telefone dele tocou. E assim descobri que era ele. A partir daí, desconfiei que tudo que aconteceu de estranho era ele. Quando começamos a investigar, descobrimos que existiam outros B.O abertos por estelionato. A minha família ainda o chamou para conversar para pedir que ele devolvesse o dinheiro. Ele devolveu uma parte, mas depois sumiu. No total, ele ainda me deve R$30 mil além do meu nome e da minha mãe no SPC”, finalizou a vítima.