Em entrevista à Rádio Maceió nesta quarta-feira, 20, o presidente do Clube de Regatas do Brasil (CRB), o deputado Marcos Barbosa, confirmou que deixará o clube ao final da Série B do Campeonato Brasileiro de 2020 – que só deve ser encerrado no próximo dia 30 de janeiro, devido ao atraso ocasionado pela pandemia do novo Coronavírus.
A frente do clube há quase 10 anos, o presidente explicou que sua gestão se encerra no final de março, mas que antes disso, ao findar o mês de fevereiro, ele deve entregar o clube à nova diretoria que deve ser definida pelo conselho diretivo do clube. De acordo com o estatuto vigente do clube, ele não poderá mais concorrer. Uma primeira reunião para tratar do tema está marcada para acontecer amanhã (21).
Na conversa, Barbosa lembrou que “pegou o CRB na UTI” e que agora deve entregar o clube com pelo menos R$ 8 milhões em caixa e a receber em cotas das competições que o clube irá participar. Ele falou ainda que, independente de quem vá assumir a presidência, será feita uma prestação de contas e que só deixará o posto “quando pagar tudo o que tiver de pagar, impostos, salários de jogadores e vamos mostrar tudo o que tiver pra quem assumir”.
“Quando eu cheguei no CRB peguei o time na UTI. [….] Com funcionários passando necessidades, sem pagamento de energia, funcionários e jogadores, O campo [no bairro da Pajuçara] já com dívida perdida na justiça e junto com minha equipe jurídica e alguns conselheiros conseguimos construir um dos maiores CTs do Nordeste.”, destacou.
Mesmo com a saída da equipe gestora, Marcos Barbosa continuará a ocupar seu cargo de conselheiro do CRB e falou que mesmo, não oficialmente, está a disposição para buscar patrocínios e recursos para a equipe se for preciso. “Vou continuar a trazer patrocínios, como os que fui buscar antes. Vou continuar porque é um clube para qual torço desde os meus 7 anos e só vou deixar de torcer depois que eu morrer. E com certeza, quero deixar e ver muitas glórias”, falou.
Ainda sem um sucessor escolhido, Marcos Barbosa afirmou que acredita que será necessário mais que uma reunião para a definição do nome. Até o momento, só o empresário Mário Marroquim aparece como possível substituto do cargo. “Independente de quem chegar, vai chegar com a conta cheia para trabalhar e arregaçar as mangas. Terá INSS, FGTS e energia pagos. Os dois campos da base e os dois do profissional com condições de uso. Eu sei o que eu sofri para construir tudo isso. Só espero que seja uma pessoa que venha pra isso, trabalhar, e fortalecer ainda mais o Clube de Regatas do Brasil”, desabafou.
Nova temporada
Barbosa lembrou que apesar de estarmos já em 2021, a temporada vigente ainda é a do ano passado e que pela proximidade do início do Campeonato alagoano, as equipes terão menos tempo para renovações de contratos ou novas contratações, por isso a ideia é iniciar este trabalho desde já, para que daqui um mês esteja tudo definido ou perto disso.
“Nós temos, a partir de hoje, 30 dias para contratar ou renovar contratos, fortalecer a equipe e não deixar coisas negativas”.
Vale lembrar que nesta temporada o CRB tem apenas mais dois jogos – contra o Ponte Preta, no domingo dia 24 de janeiro e depois, em casa, contra o Cuiabá, no dia 30 de janeiro – numa temporada complicada, com a troca de técnicos e momentos em que o risco de cair para a Série C foi real. Hoje a equipe alagoana ocupa a 10ª colocação, com 49 pontos, posição bem diferente do adversário histórico CSA, na 4ª posição, podendo repetir o feito de chegar a elite do futebol brasileiro, como fez em 2018 e o Galo da Praia não conseguiu nenhuma vez na gestão Barbosa.
Desgaste
Não é de hoje que boa parcela da torcida regatiana espera a saída de Marcos Barbosa da presidência do clube. Chamado até de “ditador”, pelo seu jeito “centralizador” de administrar, um dos principais motivos para a insatisfação são as repetidas campanhas que deixam gosto de “quase lá, quando o CRB inicia a temporada bem e por problemas internos, acabam deixando a oportunidade do acesso escapar.
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Nas redes sociais, por exemplo, as hashtags #ForaMarcosBarbosa e #ForaMB são usadas pelo menos desde 2017. Em outubro do ano passado, uma página no Instagram intitulada @foramarcosbarbosa, foi criada para, de acordo com sua própria descrição “derrubar a ditadura” e acusa Marcos Barbosa de alterar, a seu modo e para seu benefício, o estatuto do clube.