O Instituto Butantan recebeu na manhã desta quarta-feira (10) mais 5,6 mil litros de insumos para a produção de 8,7 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
A carga chegou ao Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, às 7h26. O voo vindo de Pequim, na China, fez escala no Aeroporto de Lisboa, em Portugal. Cerca de 20 minutos após o avião pousar, a carga começou a ser descarregada.
Após a liberação pela alfândega, as doses serão envasadas, embaladas e rotuladas para distribuição na sede do Instituto Butantan a partir do dia 23 de fevereiro. Com a chegada do novo lote de insumos, o instituto totaliza 27 milhões de doses da vacina.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que espera ter 100 milhões de doses prontas até o começo de setembro.
“Agora não paramos mais até completar as 46 milhões de doses, o que deve acontecer até abril. E, mais para frente, vamos receber os lotes para completar os 54 milhões. Ou seja, esperamos que até o fim de agosto, começo de setembro, os 100 milhões dessas vacinas já tenham sido entregues ao Brasil e isso vai permitir a vacinação de 50 milhões de pessoas, não só os idosos acima de 60 anos, mas também as outras categorias poderão ser incluídas.”
Esse é o segundo lote de insumos que o Butantan recebe neste ano. O primeiro lote chegou em 3 de fevereiro pelo Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. Esse lote vai ser entregue até o dia 23 deste mês ao Ministério da Saúde.
A previsão do Butantan é receber, até abril, o total de insumos necessários para produção das 46 milhões de doses contratadas. Desse total, seis milhões foram importadas prontas da China.
Até a manhã desta quarta, o estado de São Paulo tinha imunizado 1.020.106 pessoas contra o coronavírus. No Brasil, eram cerca de 4 milhões de vacinados.
Eficácia da vacina
Os testes no Brasil, conduzidos pelo Instituto Butantan, apontaram uma eficácia de 50,38% da CoronaVac. Além disso, a vacina tem eficácia de 78% para casos leves, que exigem algum cuidado médico, e nenhum dos vacinados ficou em estado grave, foi internado ou morreu.
O imunizante teve 91,25% de eficácia em uma análise preliminar dos resultados na Turquia e 65,3% na Indonésia. Ao justificar as diferentes taxas de eficácia, a farmacêutica chinesa afirmou que os países usaram vacinas do mesmo lote em seus estudos, mas os protocolos de teste não eram idênticos.