Quinto paciente de Manaus recebe alta médica no Hospital da Mulher

Terezinha Gomes agradeceu a dedicação de toda a equipe do Hospital da Mulher, durante os 21 dias em que esteve internada. FOTO:Marcel Vital

Com balões nas cores azul e vermelho, representando a bandeira do Amazonas, Terezinha Gomes, de 61 anos, deixou o Hospital da Mulher (HM), localizado no bairro Poço, em Maceió, após 22 dias internada para tratar a Covid-19. Ela é a quinta paciente a receber alta médica na unidade hospitalar, das seis pessoas que foram trazidas de Manaus (AM) durante a Operação Alagoas Solidária, no dia 21 de janeiro deste ano, quando a Rede Hospitalar manauara entrou em colapso.

Ao sair da enfermaria, Terezinha fez questão de agradecer ao governo do Estado pela Operação Alagoas Solidária, que no total recebeu 14 pacientes vindos de Manaus, sendo oito destinados ao Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA). A paciente manauara lembrou dos momentos de aflição vividos em sua terra natural e disse que em Alagoas finalmente foi tratada com humanização e eficiência, mesmo ficando 19 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e três no leito clínico.

“O tratamento que eu recebi aqui foi maravilhoso, do começo ao fim. O carinho, o amor, a atenção e o respeito de todos os profissionais são sentimentos que vão ficar guardados em minha memória pra sempre. Saio daqui bastante satisfeita. Vou orar por vocês pelo resto da minha vida”, agradeceu.

Pastora, Terezinha destacou que, graças ao trabalho da equipe multidisciplinar, ela ganhou uma nova chance de viver de maneira diferente. Ela lembrou que, antes de viajar para Maceió, num período de 24 horas, morreram 10 pessoas na ala de infectados pelo vírus em que estava internada, onde se deparou com o cotidiano angustiante de pacientes e da equipe multidisciplinar.

“Os leitos estavam lotados. Chegava gente para ensacar os corpos na minha frente. Por essa e outras razões, quero, a partir de hoje, fazer as obras de Deus com mais dignidade, sabedoria, entendimento, amor e humanidade. Sobreviver a essa doença fez com que minha visão de mundo mudasse totalmente”, contou ela, que é avó de duas crianças, uma de 4 anos e outra de 3.

A filha de dona Terezinha, Karla Mariana Gomes Varelo, de 35 anos, chegou a Maceió na manhã de 21 de janeiro, para acompanhar de perto a luta de sua mãe contra a Covid-19. No dia seguinte, ela começou a tossir e apresentar os sintomas comuns da doença causada pelo novo coronavírus. O desespero tomou conta. Logo, precisou ser internada num dos leitos clínicos do HM, durante três dias, até que o RT-PCR, exame que identifica o vírus e confirma a Covid-19, saísse. Felizmente, o resultado deu negativo.

“Costumo brincar com os profissionais daqui que eles foram formados em outro planeta. Foi um sofrimento muito grande o tempo em que minha mãe passou intubada. Contudo, sempre tive o apoio deles em absolutamente tudo, por meio da empatia, do amor e do carinho. Quem nunca passou por isso, não sabe a dor que é. Nem o melhor hospital particular de Manaus chega aos pés daqui. Apesar de a gente estar longe das pessoas que mais amamos, eles foram parte da minha família ao longo desses dias”, disse Karla Mariana, emocionada.

Ao descer do elevador, Terezinha recebeu das mãos da infectologista e gerente médica do HM, Sarah Dominique Dellabianca Araújo Holanda, uma jangada confeccionada pelos artesãos alagoanos, para que a paciente nunca esqueça de Alagoas. “Assim que essa pandemia passar, pretendo voltar a Alagoas com minha família pra conhecer as praias”, disse ela, com o olhar enternecido.

Cinco altas – Dos seis pacientes manauaras com Covid-19 que foram internados no HM, dois deles receberam alta médica em 28 de janeiro. Recuperados da doença, o fotógrafo Israel Gato Serrão, de 41 anos, e a agente de portaria, Etiene Silva Oliveira, de 36, retornaram à capital do Amazonas, uma semana depois de serem trazidos a Alagoas. Na semana passada, a assistente social Sabrina Ellen Mendonça Pontes, de 29 anos, e o professor de química e estudante de odontologia, Emerson Rocha, de 37, viajaram de volta a Manaus, após ficarem 15 dias internados.

Fonte: Sesau/AL

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