Motorista de aplicativo morta em assalto levou mais de 70 facadas

Jovanilson Nogueira, de 19 anos, foi preso após o carro da vítima parar de funcionar e condenado a 30 anos de prisão.

Luciana Cordioli, de 41 anos, morreu depois de ser esfaqueada por passageiro de corrida por aplicativo — Foto: Arquivo Pessoal

A motorista de aplicativo Luciana Cordioli, que foi morta durante assalto e teve o corpo encontrado ao lado de uma mata em Fernandópolis (SP), foi golpeada mais de 70 vezes pelo criminoso. O lavrador Jovanilson Soares Nogueira, de 19 anos, foi preso após o carro da vítima parar de funcionar. Ele foi condenado a 30 anos de prisão.

A informação consta na sentença do juiz da 2ª Vara Criminal de Fernandópolis, Vinícius Castrequini Bufulin, responsável por condenar Jovanilson. O G1 tenta localizar a defesa do réu.

“Maldade pura de quem revelou, na presente data, não ter qualquer arrependimento de ter desferido 71 golpes de faca, com intensa vontade de matar”, afirmou o juiz na sentença.
De acordo com investigações da Polícia Civil, Jovanilson solicitou uma corrida entre Urânia e Fernandópolis. Durante o trajeto, ele anunciou o assalto e esfaqueou Luciana, de 41 anos. Os golpes foram desferidos na Rodovia Euclides da Cunha (SP-320), em dezembro de 2020.

Depois de matar Luciana, o jovem assumiu o volante do veículo e deixou o corpo da vítima ao lado de um canavial, em Fernandópolis.

Em seguida, dirigiu novamente pela Rodovia Euclides da Cunha. Porém, o veículo parou de funcionar. O jovem, então, pediu ajuda a motoristas, com a desculpa de ter sido assaltado.

Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram chamadas, mas perceberam manchas de sangue nas roupas do suspeito e acionaram a Polícia Militar. Jovanilson foi levado à delegacia, onde confessou o crime.

“A confissão do réu, na fase policial, não foi totalmente verídica, porque o réu alegou que contratou a vítima aleatoriamente, mas, em verdade, já a conhecia e contratara os serviços da vítima no passado”, escreveu o juiz em um trecho da condenação.
Segundo Vinícius Castrequini Bufulin, o réu premeditou o crime, escolheu a vítima pelo fato de conhecê-la e agiu com dissimulação e surpresa, fatores que agravam os fatos.

Por isso, o magistrado condenou Jovanilson a 30 anos de reclusão em regime fechado, 300 dias de multa e pagamento das custas processuais.

“O regime fechado é o único adequado para o caso, considerando a gravidade concreta, culpabilidade incomum do réu e pena superior a oito anos”, consta na decisão do juiz.
Enterro
O velório e enterro da motorista de aplicativo aconteceram no dia 14 de dezembro de 2020, em Jales. Ela deixou dois filhos, um com 16 e outro com 10 anos.

O crime chocou amigos, familiares e companheiros de trabalho de Luciana. Motoristas fizeram uma carreata e colocaram adesivos nos carros para homenageá-la.

A comerciante Mariele Rodrigues de Souza, que acompanhou o velório e enterro da amiga, afirmou que Luciana era uma pessoa muito simpática e que não fazia mal a ninguém.

“Ela conversava com todos e trabalhava à noite para dar o melhor para seus filhos. Nosso coração fica partido. A gente pensa no motivo que levou o criminoso a fazer isso. Como ele pôde ter coragem? Não dá para entender o motivo. Pedimos Justiça.”

Já o amigo e companheiro de trabalho da motorista de aplicativo Marcos Gonzaga, de 47 anos, relatou sentimento de insegurança por conta do crime.

“Ela foi mais uma vítima que morreu ganhando o pão de cada dia. Acordamos para trabalhar e levar comida para casa. Aí vem um marginal desse e acaba com tudo.”

Fonte: G1

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