Um deputado federal preso por ameaçar juízes do Supremo Tribunal Federal. Daniel Silveira, do PSL, construiu sua breve carreira política atacando adversários e apostando na estratégia do confronto. Só que desta vez, a reação ao vídeo criminoso que ele divulgou na internet uniu poderes da República. O plenário do Supremo confirmou, por unanimidade, a prisão de Daniel e a Câmara dos Deputados votou para mantê-lo na cadeia. Esta semana, o Conselho de Ética vai instaurar um processo por quebra de decoro. O deputado corre o risco de perder o mandato. Daniel Silveira tem um histórico de problemas com as autoridades. Uma ficha que envolve investigações por uso indevido de dinheiro público, desacato e falsificação de documentos.
Daniel tem 38 anos, é de Petrópolis, Região Serrana do Rio, e apesar de ter tido menos de 32 mil votos conseguiu ser eleito deputado federal ajudado pelo sucesso de outros candidatos do PSL no estado. Durante a campanha, ele apareceu mais através de uma imagem, segurando e comemorando a placa quebrada que homenageava Marielle Franco.
Aos 25 anos, era cobrador de ônibus. Foi envolvido em um inquérito de fraude de documentos, que investigava atestados médicos falsificados feitos com o carimbo furtado de uma médica. Silveira foi soldado da Polícia Militar durante cinco anos, nove meses e 17 dias. O Fantástico teve acesso aos arquivos internos dele na corporação. Nenhuma morte. Aliás, segundo os registros oficiais da PM, o policial Daniel nunca apreendeu nenhuma arma, e não chegou a disparar um tiro sequer.
Sobre os processos e investigações mostrados na reportagem, a defesa do deputado disse em nota: “todos os fatos já foram ampla e notoriamente esclarecidos e qualquer tentativa de trazê-los à tona mais uma vez corroboram apenas para o assassinato de reputação que se intenta contra o parlamentar”.