Recém-nascido recebe alta do Hospital da Mulher após 14 dias internado com Covid-19

Ycaro Levi Lins teve funcionamento cardíaco comprometido em decorrência do novo coronavírus

Ycaro com a técnica de enfermagem do HM, Danielle Freitas – Sesau

Um verdadeiro milagre. Depois de 14 dias internado no Hospital da Mulher (HM), no bairro Poço, em Maceió, onde foi tratado de complicações da Covid-19, o recém-nascido Ycaro Levi Lins, que completa um mês de vida nesta quarta-feira (24), recebeu alta médica e pode retornar ao convívio de sua família.

O bebê chegou ao HM no dia 6 de fevereiro, uma sexta-feira, com sintomas de tosse, coriza, obstrução nasal e falta de ar. Nos 14 dias em que passou na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal, Ycaro foi assistido 24 horas pela equipe multidisciplinar.

Nos primeiros dias de internação, Ycaro precisou da ventilação não invasiva. As doses extras de oxigênio foram fornecidas via cateter conectado à máquina. Isso significa, conforme Amanda Fragoso, pediatra do HM, que o equipamento empurrava o ar para dentro dos pulmões do bebê na inspiração e deixava sair na expiração. Graças a isso, seus alvéolos puderam ser mantidos abertos e foram realizadas as trocas gasosas necessárias à sobrevivência do recém-nascido.

No segundo dia, ainda segundo o relato da pediatra do HM, a equipe médica precisou intubá-lo para garantir a função respiratória definitiva do recém-nascido. Foi quando surgiram as primeiras dificuldades. O pequeno chegou a ter uma parada cardiorrespiratória, onde precisou ser reanimado o mais rápido possível. Foram oito dias com um tubo através da boca, que chegava até a traqueia, para que o pequeno pudesse respirar.

“Ycaro foge totalmente da curva das crianças que são acometidas pela Covid-19 e acabam desenvolvendo quadros tão graves. Ele precisou de uma assistência maior em todos os aspectos, chegando, inclusive, a convulsionar depois da parada cardiorrespiratória. Hoje ele está com sua família, em casa, sem sequelas aparentes. Ficamos felizes de ele ter evoluído de modo tão satisfatório”, destacou Amanda Fragoso, que além de pediatra, coordena a UTI Pediátrica e Neonatal do HM.

A médica salientou que a humanização na UTI Pediátrica e Neonatal do HM dá-se por meio do cuidado prestado com respeito, dignidade e ternura às crianças e seus familiares, tornando a relação entre pacientes, famílias e profissionais menos formal. Essa prática tem minimizado – e muito – a dor dos pacientes, contribuindo para a cura dos pequenos e o esclarecimento de dúvidas que acabam surgindo no período da internação.

“Temos o suporte das psicólogas e das assistentes sociais, por meio dos telefonemas diários e das vídeos-chamadas, a fim de deixar as famílias tranquilas durante o internamento das crianças na UTI. A humanização deve passar não só na pediatria, mas na vida. Trabalhamos para criar o vínculo e o círculo de confianças, como chamar os pais pelo nome, receber a criança com carinho, brincar, interagir, interessar-se pela história de cada família, pelo desenvolvimento emocional daquela criança, pelo ambiente que ela vive. Não somente pelo sintoma que a trouxe até aqui ou pelos quilos e centímetros que a balança irá mostrar, mas, pelo seu conjunto”, resumiu Amanda Fragoso.

Além de elogiarem a atmosfera lúdica e agradável da UTI Pediátrica e Neonatal do HM, que utiliza o que há de mais moderno em tecnologias para atender os pequenos da Rede Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS), os pais do recém-nascido, Wedja Hélia dos Santos, de 27 anos, e Paulo Sérgio Lima, de 29, pontuaram que os profissionais são dedicados e trabalham com o coração.

“Não tenho palavras para agradecer o esforço que eles fizeram para salvar a vida do nosso filho. Graças ao trabalho de cada um, o Ycaro está vivo. Ele é a maior prova de que essa doença não acomete só o jovem, o adulto e o idoso”, ressaltou o pai da criança, ao chamar a atenção para que as pessoas continuem adotando os protocolos sanitários.

Fonte: Ascom/Sesau

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