Após o anúncio da suspensão da Operação Pipa, feito pelo Exército nesse final de semana, a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), se manifestou contrário à decisão e retorno imediato das atividades. Segundo o presidente Hugo Wanderley, cerca de 137 mil pessoas serão diretamente afetadas.
O programa, que abastecia de água 600 localidades da zona rural de 42 municípios alagoanos do Sertão e Semi Árido atingidos pela seca, é comandado pelo Ministério da Defesa em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), com liberação de recursos do Ministério da Economia.
Hugo Wanderley diz que a decisão chega no momento que Alagoas registra agravamento da seca no Sertão, que passou da categoria moderada para grave, severidade que não era registrada desde fevereiro de 2020 e que foi identificada em 6,71% do território alagoano. A informação consta no monitor de secas da Agência Nacional de Águas (ANA). O estado também registrou a expansão da área com seca moderada no estado, que passou de 14,12% para 16,99% entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021.
“O que já era precário vai ficar insustentável porque as famílias vão ficar sem o básico pra sobrevivência que é a água potável, em um momento também grave com o aumento dos casos da Covid”, afirma o presidente.
A AMA pede um posicionamento oficial do Exército para cobrar ao Governo Federal que reveja essa decisão contra o povo do Sertão de Alagoas. O Governador Renan Filho já se disponibilizou a agendar uma audiência com o Ministro e auxílio do Estado.
Estima-se que 4.100 pipeiros participam da distribuição de água nos 40.098 pontos de abastecimento e, atualmente, cerca de 35% dos pipeiros estão com a distribuição interrompida temporariamente.
Em 2020, a média mensal de atendimento foi de cerca de 2 milhões de pessoas em 600 municípios. Uma média de 4,2 mil carros-pipa foram contratados por mês. No total, foram investidos R$ 603 milhões para o serviço.