Nesta quarta-feira, o Chelsea enfrenta o Atlético de Madrid, às 17h (de Brasília), pelo jogo de volta das oitavas da Uefa Champions League. Na ida, os Blues venceram por 1 a 0, na Espanha, graças a um espetacular golaço de bicicleta marcado pelo centroavante Olivier Giroud. Com isso, os londrinos precisam apenas de um empate para garantirem a classificação às quartas.
Conhecido por ser um “artilheiro dos gols bonitos” (ganhou até o Prêmio Puskas da Fifa em 2017), Giroud foi revelado pelo pequenino Grenoble e começou a chamar a atenção no futebol francês durante sua passagem pelo Tours, entre 2008 e 2010.
Nesta época, ele jogou com dois brasileiros: o zagueiro Júlio Santos, conhecido por sua passagem pelo São Paulo, e lateral-esquerdo Vinícius Julianetti.
Em entrevista ao ESPN.com.br, Vinícius relembrou o início de carreira do jovem Giroud e destacou a enorme aplicação do atacante nos treinamentos.
“Além de bom jogador, ele sempre foi muito esforçado nos treinos. Quando terminava, ele sempre ficava a mais do que o resto do elenco. Eu, como era lateral, muitas vezes ficava cruzando bolas para ele finalizar de todos os jeitos. Não é à toa que ele chegou tão longe na carreira”, elogiou.
“Desde o início ele sempre foi um jogador muito forte, mas não ficava só fixo dentro da área. Ele sempre se movimentou bastante e dava muitas opções para a gente tentar dar a assistência. Além disso, o chute dele era muito forte, quando pegava ‘na veia’ quase matava o goleiro”, brincou.
O artilheiro também é famoso por seu temperamento divertido e pela fama de galã.
Não à toa, ele ganhou um apelido especial de seus colegas brasileiros.
“O Giroud era um cara muito brincalhão, sempre muito descontraído antes dos treinos. Nunca foi um cara na dele. Lembro certinho que, no primeiro dia dele no Tours, ele foi se apresentar para mim e para o Júlio Santos e a gente colocou nele o apelido de ‘BMW’, por causa da beleza (risos)”, divertiu-se.
“A gente brincava muito com ele. Lembro que sempre iam muitas torcedoras vê-lo depois dos treinos e dos jogos. Ele era sempre o mais procurado pelas mulheres. A gente passava pelo corredor dando autógrafos e tirando fotos, mas ele era o cara mais parado sempre. Ou seja: além de bom jogador, ele ainda tinha esse bônus (risos)”, gargalhou.
Vinícius também conta que se surpreendeu ao ver que Giroud tinha bom conhecimento do futebol sul-americano e brasileiro em geral.
“O que mais o Giroud me perguntava do Brasil era sobre o Carnaval, que ele queria conhecer, e sobre o futebol brasileiro em geral. Ele tinha muita curiosidade de saber as diferenças de estilos de jogo. O conhecimento dele era bom, conhecia times como Flamengo, Corinthians e São Paulo, além de vários jogadores. Ele acompanhava também a Libertadores”, relatou.
“O Giroud também sempre me falava muito do Raí, de quem ele era fã, até porque era um jogador muito conhecido na França pela ótima passagem pelo Paris Saint-Germain. Ele sempre elogiava também o Juninho Pernambucano, que nesta época era o grande ídolo do Lyon”, relembrou.
Além disso, o artilheiro também acompanhava as músicas brasileiras que faziam sucesso no momento, o que surpreendeu o lateral-esquerdo.
“A gente tinha uma caixa de som no vestiário e um dia eu coloque aquela música do ‘Rap das Armas’, que toca no filme ‘Tropa de Elite’, por causa da batida. Assim que começou a tocar, ele mostrou que conhecia, cantou aquele pedaço do ‘parrapapapapapá’ e dançou junto com os jogadores. Eu fiquei bem surpreso (risos)!”, encerrou.
‘SEMPRE SE DOAVA AO MÁXIMO’
Quem também conheceu bem Giroud foi o lateral-esquerdo André Santos, que jogou com o francês no Arsenal.
O matador chegou aos Gunners na temporada 2012/13, logo após fazer muito sucesso e conquistar a Ligue 1 com o surpreendente Montpellier.
Em entrevista ao ESPN.com.br, André relatou que Giroud ficou um pouco tímido ao chegar a um gigante da Premier League, o que significou uma enorme mudança de patamar em sua carreira.
“Ele chegou bastante humilde ao Arsenal. No começo, era até bastante tímido no vestiário, não falava com muita gente. Mas, aos poucos, foi se soltando e virou amigo de todos”, contou.
O brasileiro elogia muito o estilo de jogo “inteligente” do campeão mundial com a seleção francesa e o esforço sempre demonstrado em campo.
“Ele é um cara muito profissional, com jogo inteligente e que sempre se doou ao máximo. Mesmo quando o Wenger o colocava apenas um ou dois minutos em campo, ele sempre se doava ao máximo. Foi assim que, aos poucos, ele ganhou a posição no ataque”, lembrou.
Giroud jogou seis temporadas pelo Arsenal, fazendo 105 gols e 253 partidas.
Após o fim de seu contrato, ele assinou com o Chelsea, seu clube atual, em janeiro de 2018.
Até hoje, o francês somou 39 gols em 111 partidas, além de um título da Europa League e um da FA Cup.