Anunciado como novo ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga afirmou nesta quinta-feira (18) que o governo não tem “vara de condão” para resolver os problemas e que o jeito “diferente” de o governo lidar com a pandemia é “seguir as recomendações da ciência”.
Queiroga deu a declaração ao chegar ao Palácio do Planalto para, segundo ele, ter uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro.
O novo ministro foi questionado por jornalistas se o governo pode “melhorar” a assistência para pessoas que procuram os hospitais.
“O governo federal nem governo nenhum tem vara de condão para resolver todos os problemas. Existe a ciência do nosso lado, existe a necessidade de implementação de protocolos assistenciais para qualificar ainda mais nossos recursos humanos para buscar resultados melhores. É uma situação complexa e precisamos nos empenhar para vencer o inimigo comum, que é o vírus”, respondeu.
Indagado, então, se o governo precisa fazer algo “diferente”, declarou:
“Já esta sendo feito. O diferente é seguir as recomendações da ciência. O presidente escolheu um médico para o ministério, um médico que é oriundo de uma sociedade científica, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que foi sempre quem protagonizou a medicina baseada em evidência.”
Marcelo Queiroga, no entanto, não explicou quais seriam essas recomendações.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro tem contrariado as orientações de especialistas e de autoridades em saúde pública.
Enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta o isolamento social e o uso de máscaras, por exemplo, o presidente da República participa de aglomerações, critica medidas restritivas e também critica a máscara, contrariando as medidas preconizadas por várias entidades médicas.
‘Distanciamento social inteligente’
Na mesma entrevista, o novo ministro da Saúde disse que a vacina não vai resolver os óbitos por Covid no “curto prazo” e que é preciso adotar política de distanciamento social “inteligente”.
“A expectativa é que consigamos ampliar cada vez mais a vacina. A vacina, como sabemos, não vai resolver a curto prazo esses óbitos. O que resolve? Política de distanciamento social inteligente e melhorar a qualidade de assistência nas unidades de terapia intensiva”, disse.