O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou nesta quarta-feira (24) que o PIX – sistema de pagamentos instantâneos da instituição – pode evoluir para um tipo de “identidade digital” no futuro, ou seja, uma forma de comprovar as informações dos cidadãos de forma virtual.
A previsão faz parte de uma expectativa do BC de ampliar os serviços oferecidos pelo governo na plataforma, lançada há três meses. Campos Neto lembrou que, hoje, já é possível pagar impostos e serviços públicos pelo PIX.
“Tudo conectado com sua vida no dia a dia será ligado ao PIX, assim como os serviços do governo. Então, há um potencial de se tornar uma identidade digital”, declarou, em evento promovido pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS).
“Temos 5 milhões de negócios com PIX hoje, os números mostram que 7% da população brasileira usou o PIX, embora esteja disponível somente por três meses. Foi uma grande surpresa para nós”, disse.
O presidente do BC lembrou ainda que, nesta semana, o sistema ganhou funcionalidade de leitura das informações da agenda de telefone, mediante autorização do usuário. Isso torna o uso do PIX, diz Campos Neto, “tão fácil” quanto o do WhatsApp.
“Queríamos abrir espaço para novos modelos de negócios, pois, para os vendedores, se o valor é muito pequeno e o custo do pagamento é muito caro, não há esse modelo de negócios. Então, após o PIX, muitos novos modelos de negócios estão nascendo”, acrescentou.
Campos Neto afirmou que o PIX se insere em um contexto de convergência cada vez maior entre mídia social e serviços bancários, que tende a se acelerar.
“Vemos hoje uma convergência entre mensagens de texto, que as pessoas para se comunicar, e conteúdo – as pessoas olham para os conteúdos que querem, com pagamentos. No Brasil, nós temos um crescimento grande de mídia social desenvolvendo instrumentos de pagamento”, declarou.