A Justiça Federal em Brasília aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e tornou réu o hacker Marcos Roberto Correia da Silva, conhecido como VandaTheGod. Ele é acusado de invadir os sistemas do Senado Federal e foi preso pela Polícia Federal na sexta-feira (19).
A prisão ocorreu durante a operação Deepwater, que investiga o que é considerado o maior vazamento de dados já registrado no país. O G1 tenta localizar a defesa do réu.
O ataque ocorreu em agosto do ano passado, após a obtenção de dados e acesso ao e-mail de um ex-servidor público. Segundo o MPF, ao acessar os sistemas internos da casa legislativa, o hacker fez um vídeo “expondo a fragilidade de segurança da rede“. A gravação também foi publicada na internet.
A decisão do juiz federal da 10ª Vara Federal, Frederico Botelho, foi publicada na última terça-feira (23).
Segundo o magistrado, “os fatos imputados ao denunciado são descritos de forma clara e objetiva” e “está demonstrada a plausibilidade das alegações contidas na denúncia, que expõe de forma circunstanciada todos os fatos alegadamente criminosos”.
Marcos Roberto Correia da Silva responderá pelos crimes de invasão de dispositivo informático e divulgação de segredo.
Assumiu o ataqueDe acordo com a denúncia, Marcos Roberto Correia da Silva confessou a autoria dos ataques durante interrogatório. Segundo o MPF, o hacker “descreveu o modus operandi” e, também, que o acesso indevido da rede do Senado Federal ocorreu por meio do computador e conta de internet de um amigo.
Segundo o Ministério Público, o hacker de “forma consciente e voluntária”, invadiu o sistema de intranet do Senado Federal no dia 28 de agosto do ano passado utilizando o e-mail de acesso vinculado a um ex-servidor, sem o consentimento dele.
Após a invasão, por meio do perfil criado por ele, o hacker realizou a divulgação dos dados obtidos em redes sociais.
Ainda de acordo com a denúncia, em novembro de 2020, o hacker também publicou em redes sociais trechos do inquérito policial aberto para apurar a invasão.
“Salienta que os documentos atinentes ao IPL (inquérito policial) supracitado são de acesso restrito às partes da investigação e aos servidores autorizados do órgão legislativo, haja vista o fato de que contém informações sensíveis e que não poderiam ser expostas sem justa causa”, diz o Ministério Público.