‘Sempre foi um cara muito do bem’, diz amiga de PM morto após atirar contra policiais em Salvador

Policial estava noivo e morava na cidade de Itacaré, no sul da Bahia, onde era lotado. Ele era conhecido por ser uma pessoa alegre.

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Policial militar que disparou tiros para cima na região do Farol da Barra, em Salvador era lotado na 72ª CIPM

“Wesley sempre foi um cara muito do bem, muito família, muito alegre, adorava as crianças e desde sempre foi essa pessoa. Amável, amigável, dócil. E a dor é grande demais, sentimento de perda”. É assim que a amiga e vizinha de Wesley Soares Góes, Daniela Pereira, se recorda do PM que foi morto após atirar para cima e contra policiais, após um possível surto, na região do Farol da Barra, em Salvador.

O policial estava noivo e morava na cidade de Itacaré, no sul da Bahia, onde era lotado. Ele era conhecido por ser uma pessoa alegre. Segundo a Polícia Militar, em 13 anos de serviço, ele nunca apresentou comportamentos que sugerissem problemas psicológicos.

Amiga de Wesley Góes falou que ele 'sempre foi um cara muito do bem' — Foto: Reprodução / TV BahiaAmiga de Wesley Góes falou que ele ‘sempre foi um cara muito do bem’ — Foto: Reprodução / TV Bahia

 

Entenda o caso

O soldado Wesley Góes trabalhava na 72ª CIPM, em Itacaré. Na tarde de domingo, ele foi até a companhia, buscou um fuzil e partiu para o Farol da Barra. Policiais já tinham percebido que ele estava descontrolado e o seguiram.

Góes parou no Farol da Barra, em Salvador. Assim que saiu do carro, fez disparos para o alto e gritou palavras de ordem. Ele estava com o rosto pintado de verde e amarelo. A polícia isolou o local e iniciou uma negociação que durou mais de três horas. Familiares do soldado foram chamados para ajudar.

Durante as tratativas, Góes arremessou bicicletas de banhistas e atirou isopores de ambulantes no mar. Ele chegou a empurrar motos de PMs e uma viatura. Por volta das 18h30, o soldado fez uma contagem regressiva e atirou ao menos dez vezes contra o Bope, que atirou de volta e baleou o soldado. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu às 23h.

Confira a ordem cronológica dos fatos:

 

Policial militar na região do Farol da Barra, em Salvador  — Foto: Alberto Maraux / SSP-BA

Policial militar na região do Farol da Barra, em Salvador — Foto: Alberto Maraux / SSP-BA

  • 14h: A ocorrência iniciou quando o militar chegou armado com fuzil e pistola, na Barra. Imediatamente ele iniciou disparos de fuzil para o alto. Ele foi cercado por unidades policiais do CPR Atlântico e especializadas, que isolaram o local;
  • 15h: de acordo com a SSP, uma equipe do Bope iniciou a negociação. O soldado alternava momentos de lucidez com acessos de raiva, acompanhados de disparos. De acordo com o órgão de segurança pública, além dos tiros de fuzil, o soldado arremessou grades, isopores e bicicletas, no mar;
  • 18h35: O soldado teria falado que havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou os disparos contra as equipes do Bope. Após pelo menos 10 tiros, o soldado foi neutralizado e socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE);
  • Depois das 18h40: Jornalistas tentaram se aproximar do policial e foram afastados com balas de borracha;
  • 23h: A Secretaria de Segurança Pública da Bahia confirma a morte de Welsey Góes no hospital.
Policial militar que 'surtou' e disparou tiros para cima na região do Farol da Barra, em Salvador é baleado — Foto: Alberto Maraux / SSP-BA

Policial militar que ‘surtou’ e disparou tiros para cima na região do Farol da Barra, em Salvador é baleado — Foto: Alberto Maraux / SSP-BA

Policial militar dispara tiros para cima na região do Farol da Barra, em Salvador — Foto: Redes Sociais

Policial militar dispara tiros para cima na região do Farol da Barra, em Salvador — Foto: Redes Sociais

Fonte: G1 Bahia

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