Nesta quinta-feira (8), a Polícia Federal (PF) vai continuar a colher depoimentos de pessoas vacinadas pela cuidadora de idosos Cláudia Mônica Pinheiro Torres, que se passava por enfermeira.
Os investigadores vão solicitar que todas as 57 pessoas supostamente vacinadas por Cláudia façam exames laboratoriais para confirmar se foram ou não imunizadas contra a Covid-19 – a realização dos testes, no entanto, não é obrigatória.
Nesta quarta-feira (7), a corporação informou que testes realizados em algumas pessoas que receberam as doses não detectaram anticorpos contra o coronavírus, o que indica que elas não receberam o imunizante verdadeiro.
Exames mostram que algumas pessoas não receberam imunizante pela falsa enfermeira em BH
Segundo a PF, tudo indica que as vacinas aplicadas clandestinamente sejam falsas. Um laudo pericial confirma que parte do material apreendido na casa de Cláudia é soro fisiológico, e não imunizante contra a Covid-19.
A expectativa da corporação é que, até esta sexta-feira (9), 60 pessoas sejam ouvidas. Na próxima semana, os familiares do ex-senador Clésio Andrade também devem ser chamados.
Segundo a PF, a suspeita está aplicando supostas vacinas contra a Covid-19 pelo menos desde o dia 3 de março.
Além de ter vacinado empresários do setor de transporte em uma garagem de ônibus em Belo Horizonte, a mulher é suspeita de comandar um esquema de imunização dentro de um condomínio de luxo no bairro Gutierrez, na Região Oeste da capital. Cláudia teria vacinado moradores de, pelo menos, três apartamentos e cobrado R$ 600 pelas duas doses.
Entre as 57 pessoas que constam na lista apreendida pela PF e que teriam sido vacinadas na garagem de ônibus, estão quatro parentes do ex-senador. Ele nega ter recebido o imunizante, mas admitiu que esteve no local, no bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte.