Chay Suede, 28 anos, está satisfeito com a reta final de Amor de Mãe, novela que terá o último capítulo exxibido na sexta-feira (9). O ator tem um dos papéis centrais da trama de Manuela Dias. A descoberta de que Danilo é, na verdade, Domênico, o filho que Lurdes (Regina Casé) vem marcando a semana final da história.
Por conta da pandemia da Covid-19, a novela teve as gravações paralisadas e retomadas com um protocolo rígido de segurança a ser seguido. “Lembro do dia em que revi a Adriana [Esteves]. Sem poder abraçar a Adriana, eu tive que abraçar a pilastra. Também tive cenas com sentimentos à flor da pele ao lado da Regina [Casé] e do Kike [Enrique Diaz]. Se no início eu senti alguma culpa por sair de casa, depois eu passei a sentir mais segurança, via tudo acontecendo e com muita emoção para sair”, afirmou.
Casado com a atriz Laura Neiva, com quem tem uma filha, Maria, de 1 ano e 3 meses, Chay passou o isolamento confinado com elas e disse que estava inseguro se saberia encontrar o tom do personagem. “Já no segundo dia de gravação, o personagem voltou magicamente. Mesmo com medo e a racionalidade dizendo ‘onde está?’, o personagem estava guardado de alguma forma. Durante o período de isolamento social, a minha cabeça ficou em outro lugar, mas no meu coração o personagem estava.”
Quem: Amor de Mãe foi uma novela atípica por conta da paralisação e retomada. Como encarou a volta ao trabalho?
Chay Suede: A gente teve a sensação de que era feliz e não sabia. Quando saí de casa, me senti culpado. Nós aprendemos a gravar na adversidade máxima. Diretor de fotografia e diretor de cena também tiveram que buscar novas alternativas. Para mim, não existe nada pior do que não poder tocar.
Você citou a questão do contato físico. Danilo, seu personagem, é muito afetuoso. Como foi driblar a falta de abraços, beijos?
Amor de Mãe é uma novela sobre afeto. Tem toque, contato físico e a gente ficava imaginando como daria para fazer beijos, abraços e sem perder qualidade. Parecia inalcansável. Quando a gente voltou, acho que todo mundo estava com saudade. Saudade de trabalhar, de ver os amigos, de conviver com outras pessoas. A gente voltou muito emotivo. Posso dizer por isso por mim e pelo que notei das pessoas que contracenaram comigo. Estava todo mundo à flor da pele. A gente teve que buscar maneiras de se dar carinho dentro e fora de cena, muitas vezes com um acrílico entre a gente. Acho que as melhores cenas da novela são as da reta final.
Além da aguardada descoberta de que Danilo é Domênico, o que destaca desta reta final?
Entre o fim da primeira temporada e início da segunda, houve um salto de seis meses na história. Então, há situações de conflito que aconteceram, são contadas, mas não são mostradas em cena. Esse período representa um desgaste, uma saturação na relação do Danilo com a mãe. Isso fica claro, mas também fica claro que esse amor do Danilo pela Thelma é incondicional. Então, as cenas entre eles, são sequências que gosto muito. Mesmo diante de circunstâncias e situações de anormalidade que ela possa vir a cometer, ele tem uma devoção. Danilo é um cara que tem uma predisposição a servir, ser útil a quem está em torno dele.
Um ano se passou desde a etapa inicial da pandemia no Brasil. Como foi esse período para você?
A notícia da pandemia veio em doses homeopáticas. Escutava “ah, essa pandemia que está vindo…”. Ainda eram notícias de forma embrionária e a gente não tinha ideia de como isso tomaria conta do mundo. A princípio, era muito invisível. Inicialmente, quando tivemos a notícia de paralisação, a expectativa é que a retomada seria em junho, mas acabamos voltando depois disso porque a situação estava agravando, assim como a realidade do Brasil. Nesse período de pandemia, ficando em casa, havia essa questão do medo de perder o personagem. Eu ficava me questionando como iria encontrar o Danilo, como iria voltar a viver esse cara. Tinha medo de voltar e não ter tempo de encontrar o personagem, o tom.
E foi fácil esse reencontro?
Na retomada, a gente voltou diretamente para o set de gravação. Já no segundo dia de gravação, o personagem voltou magicamente. Mesmo com medo e a racionalidade dizendo ‘onde está?’, o personagem estava guardado de alguma forma. Durante o período de isolamento social, a minha cabeça ficou em outro lugar, mas no meu coração o personagem estava.
As gravações precisaram seguir novos protocolos, equipe reduzida, menos encontros. O que mais marcou nesse processo?
Tinha – e tenho – uma saudade enorme de todos. Lembro do dia em que revi a Adriana [Esteves]. Sem poder abraçar a Adriana, eu tive que abraçar a pilastra. Também tive cenas com sentimentos à flor da pele ao lado da Regina [Casé] e do Kike [Enrique Diaz]. Se no início eu senti alguma culpa por sair de casa, depois eu passei a sentir mais segurança, via tudo acontecendo e com muita emoção para sair.