Stefhany, do hit ‘Crossfox’, diz que ouviu que deveria se matar: “Pensei em desistir”

Cantora diz que encontro com Deus mudou sua relação com a fama e a fez encontrar a confiança que não tinha na fase em que era 'Stefhany Absoluta'

O vídeo de uma jovem que dirigia um carro Crossfox, segura de si enquanto cantava que era absoluta, deu a tão buscada fama para Stefhany Sousa, que vivia no Piauí, em 2009, e sonhava em ser reconhecida e viajar o mundo. No entanto, a jovem que fez sua versão empoderada da canção A Thousand Miles, não tinha toda aquela confiança. Atualmente com 29 anos, ela afirma que na época Eu Sou Stefhany apenas buscava fama e que só se encontrou realmente em abril de 2013, quando se voltou para Deus.

Reprodução

Stefhany Absoluta no clipe de Eu Sou Stefhany 

“Nunca existiu aquela confiança que a Stefhany de antes parecia ter. Eu queria parecer ser assim por causa da fama, para chamar a atenção das pessoas. Mas não era confiante. Eu era uma jovem cheia de sonhos, tinha o sonho de ser reconhecida e viajar muito. Eu achava que quando tivesse o meu sonho realizado não ia ter mais o vazio dentro de mim. Deus permitiu que tudo isso acontecesse na minha vida para eu saber que o meu sonho não era tudo. Hoje entendo que tudo é uma fantasia. Tudo vai passar. Não adianta ter fama e não ter felicidade, ser uma pessoa vazia. Sorri para as pessoas, querendo passar algo que não tem. Agora tenho a confiança em Cristo e sou outra pessoa”, diz ela, que não canta mais o hit, que recentemente voltou a ser lembrado em uma festa do BBB21.

“As pessoas no início não queriam muito aceitar e pediam para cantar, mas hoje elas louvam junto comigo. Elas dizem até que foi muito bom eu ter tomado a decisão. Em 2009, eu pensava em falar sobre mim, sobre aquela mulher empoderada e absoluta. Hoje sou outra pessoa e sei que nasci para falar de Deus. Eu não tenho porque falar de mim, todos nós somos iguais. Ninguém é melhor do que ninguém. Todos somos dependente de Deus. Hoje a Stefhany não fala mais dela e por isso tirei o ‘absoluta’ do nome. Absoluto é só Deus. No início da minha carreira gospel ainda usava no CD, mas era estratégia para as pessoas lembrarem de mim e verem que Jesus tinha me salvado.”

LIVRAMENTOS

Cantora gospel, Stefhany diz que sente a presença de Deus em todos os momentos e que ele já a livrou da morte em duas ocasiões. A mais recente foi em 2018, quando foi acusada de ter dado o golpe do baú pelo ex-marido, o fazendeiro Roberto Cardoso, de 55 anos, de quem ela se recusa a falar ou citar nome.

“Já passei por muitos momentos difíceis na minha vida, mas certa vez, estava dentro do meu quarto desesperada e angustiada por estar sendo acusada, me senti muito mal. Recebi muitas ligações de muitos pastores. Tinha um ano de agenda fechada. Tudo foi cancelado e só sobraram duas datas na agenda marcadas para o ano inteiro. Eu me desesperei muito e no momento de dor escutei uma voz dizendo: ‘Tira a sua vida porque você não vai cantar mais’. Logo em seguida, recebi uma mensagem desmotivadora de uma pessoa que dizia: ‘você não serve mais para o ministério de Deus, para cantar, você tem que cantar’”, relembra ela, que encontrou em Deus a resposta e força para seguir em frente.

“Eu chorei muito e dobrei os meus joelhos. Disse: ‘Deus, eu nasci para te servir e sei disso, mas se o Senhor quiser que eu seja uma pessoa comum, não vou gravar mais e exercer o Ministério. Vou continuar te louvando, mas da minha casa ou do banco da igreja. Se essa for a sua vontade, faça com que esses dois pastores me liguem e desmarquem essas duas agendas’. Queria esse sinal. De repente comecei a sentir uma paz sobrenatural e escutei uma voz firme e mansa: ‘Não temas porque eu estou contigo’. Comecei a escrever no papel tudo o que Deus estava falando comigo. Naquela mesma semana, comecei a receber ligações e aquele ano foi o da agenda mais cheia. Foi uma resposta de Deus para a minha vida. Eu já pensei em desistir, mas Deus não me deixou parar.”

SHOW

Apesar da pandemia ter adiado algumas de suas apresentações, Stefhany não parou de produzir. A cantora tem usado suas redes sociais e plataformas digitais para divulgar novos trabalhos como Adoração Sincera e Deus Não Me Deixou Parar. Ela conta que deu até um jeitinho no começo da pandemia, quando todos os estabelecimentos estavam fechados, para poder arrumar um look novo para o clipe de Eu Escolho Crer. Sua mãe transformou a cortina da casa em um vestido.

“No pico da pandemia, gravei ‘Eu Escolho Crer’. Estava na primeira onda da pandemia, tudo fechado, e eu estava pensando: ‘como é que eu vou fazer para gravar o clipe? Com que roupa eu vou?’. Estava tudo fechado e as minhas roupas eu já tinha usado em gravações. Comentei com a minha mãe e ela me disse: ‘Você vai usar aquele vestido ali’. Ela apontou para a parede e eu não via nada ali além de uma cortina. Ela tirou a cortina, cortou e costurou um vestido para mim. Quem tem uma mente aberta não fica paralisada, sempre está inovando. Minha mãe é assim, viu a solução. E usei o vestido no clipe. Ficou lindo. Não tem quem diga que foi feito de uma cortina”, conta.

Ela tem conseguido se apresentar em algumas igrejas quando os templos são liberados para o público pelo governo. Stefhany diz que segue todos os protocolos de segurança para as apresentações.

“A agenda está pausada por causa da pandemia, mas Deus tem provido com lives, plataformas digitais, vídeos… Sinto muita falta de estar ali com o povo. Quando tem a liberação para as igrejas funcionarem, a gente vai protegida com máscara e álcool gel. A gente se protege e protege quem está do nosso lado. É desafiador, mas acredito que logo vai passar e dar tudo certo.”

SONHOS

Quase aos 30 anos, Stefhany afirma que não sonha mais com a fama. Seu objetivo é ser uma pessoa melhor e amar mais o próximo.

“Meus projetos para 2021 são ser alguém melhor e ter mais amor. Quero visitar aqueles que estão doentes, quando for permitido, alimentar o que tem fome, levar o louvor e a palavra de Deus para quem precisa, ver vidas transformadas por meio do evangelho. Quero mudar de vida, mas não pensando só em mim, mas para poder ajudar o outro que precisa”, planeja.

Como foi a sua conversão?

Aceitei Jesus com 12 anos quando cuidava da minha bisavó, na época em que morava no Piaui. Minha avó por sua maneira de viver gerou uma certa dificuldade dentro de mim. Ela tinha um caixão dentro de casa, separou um quarto e colocou esse caixão e separou a sua roupa. Ela tinha 99 anos, mas não tinha medo da morte e era muito feliz. Isso foi gerando uma curiosidade em mim. Ela dizia que ansiava pelo dia em que ia se encontrar com Jesus. Quando ia para a igreja ia toda arrumada. Eu tinha muito medo da morte aos 12 anos. Eu ficava com medo do caixão. Comecei a ir para os cultos da igreja com ela e vi que quando a gente tem Jesus tudo é diferente. Depois que a minha avó partiu, eu me afastei de Deus. Eu era uma jovem cheia de sonhos, tinha o sonho de ser reconhecida e viajar muito. Deus permitiu que tudo isso acontecesse na minha vida para eu saber que o meu sonho não era tudo. Eu achava que quando tivesse o meu sonho realizado não ia ter mais o vazio dentro de mim. Voltei para Jesus no dia 13 de abril de 2013. Vai fazer oito anos que sou completa. Tenho a alegria verdadeira que é aquela que você pode estar no meio do furação, mas você tem uma paz dentro de você. Tem gente que procura preencher esse vazio no álcool, drogas e prostituição. Mas não vai conseguir preenche-lo. Quando a gente tem Jesus, a gente tem certeza da vitória.

Como está sendo passar por essa pandemia que paralisou os trabalhos para a classe artística da música?

É um ano muito difícil para todos nós. Temos que mudar nossa rotina… Mas para Stefhany pessoa e artista de antes seria muito mais difícil. Quando não sabemos da verdade, o que está por vir nos assusta e nos deixa sem chão. Quando você sabe da verdade e do que está por vir, você está mais preparada. Está sendo um pouco difícil, mas se fosse dez anos atrás seria muito pior.

Seu single mais recente é Adoração Sincera. Como surgiu essa canção?

Adoração Sincera foi o último single lançado. É uma canção que o Senhor me deu pela madrugada. Eu estava dentro do meu quarto, no ano passado, em novembro. Sempre que eu vou buscar a Deus, toco violão e ali comecei a ler a palavra no Salmo 139 e a pensar na grandeza de Deus. Lembrei do que a Bíblia diz em Isaías, que Deus está sentado no alto e sublime trono. Eu pensei: ‘Como esse Deus tão perfeito poderá receber a minha adoração?’. O Espírito Santo disse, ‘tudo o que e quero de você é uma adoração sincera’. Não é uma voz afinada, não é a beleza ou aonde você está, é a adoração sincera que importa. O Senhor me deu essa canção, gravei em dezembro e foi lançado agora no finalzinho de fevereiro.

Você também lançou recentemente Deus Não me Deixou Parar. Você já pensou em desistir?

‘Deus Não me Deixou Parar’ não é uma composição minha, mas me fez chorar muito quando o compositor me ligou para mostrar a letra. Fala muito da minha história e de mim. Eu sou um milagre. Deus já me livrou de muitas situações. Sou um milagre porque Deus me livrou de um acidente de um carro amarelo que ganhei em rede nacional. O carro capotou quatro vezes comigo… Sou um milagre porque era para ser uma jovem vazia, mas Jesus estendeu a sua mão para mim e a sua glória me alcançou. Acho que para a situação que estamos vivendo hoje de pandemia, quem está bem já tem motivo para dizer que é um milagre.

Conseguiu fazer bastante dinheiro com aquele auge da fama em 2009?

As pessoas confundem fama com dinheiro. Não é a mesma coisa. Não é porque a pessoa está aparecendo na TV que ela tem condição ou dinheiro. Nunca fui apegada a bens materiais. Hoje a ideia que eu tenho do carro é que ele é importante para eu me movimentar e fazer a obra mesmo.

Qual o seu carro hoje?

Ando em um HB20.

Sua filha, Débora Ester, de 4 anos, já mostra talento para a música? Incentiva?

Minha filha sempre gostou muito de música, mas não quero forçá-la a ser cantora ou incentivá-la no quer ela não quer. Quero que ela fique bem à vontade para decidir o que ela que ser.

Fonte: Quem

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