Os deputados alagoanos questionaram, em uníssono, o anúncio de vacinação da população carcerária do Estado, feito pelo governador Renan Filho (MDB) nesta segunda-feira (3), que inclui ainda pessoas com comorbidades entre 45 e 55 anos, profissionais de saúde com mais de 18 anos e profissionais da educação básica.
Os grupos anunciados serão vacinados com as 99 mil doses da AstraZeneca que chegaram ao Estado esta semana. O anúncio da vacinação de presos provocou reação imediata da população, que questionou a prioridade ainda na rede social do governador e repercutiu na sessão de hoje da Assembleia Legislativa de Alagoas.
A inclusão dos presos, no entanto, não é uma escolha pessoal do chefe do Executivo alagoano. A prioridade foi estabelecida pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, ou seja, pelo próprio governo federal, que entende a fragilidade dos encarcerados no país.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado Cabo Bebeto disse que apesar de o Governo Federal ‘recomendar’ a imunização de presos, o governo estadual ‘faz o que quer’. Apesar do que afirmou o parlamentar, o Ministério Público Estadual emitiu recomendação ao Estado e Municípios para que seja cumprido rigorosamente o PNI.
A priorização de presos também foi questionada pela deputada Jó Pereira, que voltou a salientar a exposição a qual é imposta trabalhadores que usam o transporte coletivo urbano, por exemplo. Jó observou que o PNI segue a lógica da ciência, mas lamentou que os trabalhadores estejam sendo ignorados. A queixa foi seguida ainda pelos deputados Cibele Moura, Francisco Tenório e Davi Maia.