A babá de Henry Borel, Thayná Oliveira, relatou ter ficado “apavorada” com os gritos e o choro do menino enquanto ele estava trancado em um quarto com Dr. Jairinho, em fevereiro.
Em novas mensagens obtidas pela investigação da morte do menino, Thayná conta ao noivo o que ouviu. A conversa ocorreu no dia 2 de fevereiro.
Dr. Jairinho e a mãe de Henry, Monique Medeiros, foram indiciados por homicídio duplamente qualificado, com emprego de tortura e impossibilidade de defesa da vítima .
Durante entrevista nesta terça-feira (4), os policiais que conduziram o inquérito, encerrado nesta segunda, detalharam a investigação do caso.
Leia as conversas:
- “Eu tô e apavorada (três emojis)”
- “Família de doido real”
- “Eu como futura psicóloga tô cho ca da !!!”
- “A criança vai ficar perturbada“
- (…)
- “O menino estava chorando comigo no quarto querendo a mãe”
- “Aí nisso o doido entrou Henry não pode chorar, você é muito mimado”
- “O menino agarrou no meu pescoço começou chorar muito muito mesmo, que você vê que não e normal sabe”
Depois disso, a babá relata que o menino foi levado para o quarto por Jairinho. Ela diz que o menino estava chorando e tem a impressão de que Henry está tendo a boca tampada pelo padrasto.
- “To tremendo sabia??”
- “Aí falou Monique mima muito ele”
O noivo pergunta onde está Henry e Thayná responde.
- “No quarto”
- “Chorando e gritando prometo”
- “O psicológico dessa criança vai ficar fudido”
A babá afirma, então, que vai conversar com a Monique.
- “Eu vou conversar com a Monique, quando voltar. Não vou dizer o que aconteceu porque eu não vou me enfiar em uma rabuda. Mas vou falar para ela evitar de deixar ele comigo e Jairinho sozinho, porque Jairinho chama ele pra conversar”
Cinco minutos depois, Thayná repensa e diz que vai falar com a mãe de Henry.
- “Eu agora estou aqui pensando na maneira mais transparente para conversar com a Monique quando ela chegar”.
- “E ele manda o Henry prometer alguma coisa que deve ser de não contar pra ninguém”
- “E eu vou desvendar isso”
O noivo pergunta para Thayná se ela acredita que Henry esteja sendo agredido. Ela responde:
- “Bater não, mas ele deve fazer ameaças psicológicas”
- “Que é crime!! “
- (…)
- “Vou falar pra ela que isso não está saudável”
- “Se ela gostar bem, se não gostar bem também, vou fazer de coração! E o importante que vou ficar em paz”.
Segundo episódio de violência
- “Sabe naquele dia”
- “10 x pior”
Também no dia 12, como já havia mostrado o RJ1, a babá relatou à própria Monique as suspeitas de agressão contra Henry.
Segundo relatou a babá, o menino e o padrasto ficaram trancados por alguns minutos em um cômodo com o som da TV alto. Depois que saiu do quarto, a criança mostrou hematomas, contou que levou uma banda (uma rasteira) e chutes e reclamou de dores no joelho e na cabeça.
Na conversa com a babá, a mãe de Henry, que não estava em casa, demonstrou estranheza com a presença de Jairinho no apartamento naquele horário.
Em seu depoimento à polícia, Thayná afirma que Monique mandou que ela apagasse as mensagens e pediu para que a babá declarasse que “nunca havia visto nada, que nunca havia ouvido nada”.
A Polícia Civil vai abrir um procedimento autônomo para investigar falso testemunho de Thayná. Em seu primeiro depoimento, ela negou que soubesse de agressões.