Para Renan Calheiros, presidente da Anvisa criou “novo parâmetro” ao depor

Agência Senado

Relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL) disse à CNN que o depoimento do presidente da Anvisa, Barra Torres, foi “estratégico” e criou “um novo parâmetro” para as as próximas pessoas a serem ouvidas.

Calheiros frisou que Torres contrariou posições do presidente Jair Bolsonaro e confirmou a informação do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta de que, numa reunião, foi apresentada proposta para incluir, na bula da cloroquina, a indicação de seu uso contra a Covid.

Para o relator, o depoimento do presidente da Anvisa foi muito diferente do prestado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Ele insistiu na necessidade de convocar o ministro para uma nova sessão da CPI.

Vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que o depoimento foi “contra Bolsonaro”. Assim como Calheiros, ele integra o G7, grupo da CPI que reúne senadores independentes ou de oposição.

Mas, para Rodrigues, Torres “vacilou um pouquinho” ao justificar a não aprovação da vacina russa Sputnik V.

Outro senador do G7, Otto Alencar (PSD-BA) também criticou as explicações do presidente da Anvisa para a não liberação da Sputnik V – chegou a falar em possibilidade de “má-fé”. Para ele, a recusa pode estar relacionada ao fato de a vacina ter sido comprada por governadores do Nordeste que fazem oposição ao governo federal.

Governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT) destacou que Torres não descartou uma aprovação futura da Sputnik V. Citou que, segundo o presidente da Anvisa, a decisão “não é final e que eles estão analisando nova documentação.”

Dias cobrou da Anvisa o cumprimento da lei 14.124/2021, que prevê a possibilidade de a agência autorizar a importação e distribuição excepcional e temporária de vacinas que tenham sido autorizadas por agências de determinados países, entre eles, Rússia e Argentina, que já usam a Sputnik V.

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