A China apoia o apelo dos países em desenvolvimento pela renúncia aos direitos de propriedade intelectual sobre as vacinas contra a Covid-19, disse nesta segunda-feira (17) o Ministério das Relações Exteriores chinês.
O porta-voz do ministério Zhao Lijian fez a declaração durante uma entrevista coletiva.
Índia e África do Sul defenderam ano passado na Organização Mundial do Comércio (OMC) a quebra da patente de vacinas como uma maneira de reforçar a produção e garantir que o mundo seja atendido.
O debate em torno do assunto ganhou força este mês, quando o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apoiou a ideia, desde que passasse pela OMC.
O Brasil, que tradicionalmente apoiava a quebra de patentes para medicamentos – foi assim com relação a drogas contra o HIV, por exemplo –, se posicionou contra a suspensão no caso das vacinas anticovid, em linha com a postura adotada pelo governo dos EUA durante a gestão de Donald Trump.
Em abril, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, já havia dito não considerar a possibilidade de quebra de patentes como caminho mais eficaz para acelerar a vacinação no país, segundo. E, mais recentemente, ele afirmou que a posição se mantém, mesmo com a mudança do governo americano. Segundo o chanceler brasileiro, o maior gargalo hoje para o acesso a vacinas e insumos são os limites materiais da capacidade de produção, não os parâmetros relacionados à quebra de propriedade intelectual.
França acrescentou, porém, que o Brasil analisaria a nova posição americana e afirmou que, se for para atender aos interesses do país, o governo pode mudar de opinião.