Investigação contra empresas de Trump em NY passa a ser criminal

Conglomerado que reúne negócios do ex-presidente americano é investigado por suspeita de fraudes bancárias e em seguros e evasão fiscal. Trump nega qualquer irregularidade.

Imagem de arquivo mostra entrada do Trump International Hotel em Washington, no dia da inauguração — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

A Trump Organization, conglomerado de empresas da família do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, passou a ser alvo de uma investigação criminal, não apenas civil.

O anúncio foi feito pela procuradoria-geral do estado de Nova York na terça-feira (18). O conglomerado do ex-presidente dos EUA é investigado por suspeita de fraudes bancárias e em seguros e por evasão fiscal.

“Informamos à Trump Organization que nossa investigação sobre a organização não é mais puramente civil”, anunciou Fabien Levy, porta-voz da procuradora-geral de Nova York, Letitia James.

“Agora estamos investigando ativamente a Trump Organization com bases criminais, juntamente com o promotor público de Manhattan”, afirmou a porta-voz.
O conglomerado reúne as empresas de Trump, que vão de hotéis a campos de golfe.

A Trump Organization é investigada pelo promotor público Cyrus Vance Jr., do distrito de Manhattan, e também pela procuradora-geral de Nova York, Letitia James. Tanto Vance Jr. quanto James são filiados ao Partido Democrata.

O ex-presidente americano, que deixou a Casa Branca em janeiro, nega qualquer irregularidade e já havia chamado a investigação como “uma continuação da maior caça às bruxas política da história de nosso país”.

No início de abril, a Trump Organization fortaleceu sua equipe jurídica com a contratação do veterano advogado criminal, Ronald Fischetti, de 84 anos.

A investigação
O promotor distrital Cyrus Vance Jr. inicialmente se concentrou em investigar pagamentos para comprar o silêncio de duas mulheres que afirmam ter tido casos com Trump, mas avançou para evasão fiscal e fraude.

O inquérito é conduzido de maneira sigilosa e, em março, conseguiu acesso a oito anos de declarações de Imposto de Renda de Trump, após uma decisão da Suprema Corte do país.

A decisão foi uma resposta a um pedido feito pelos advogados de Trump, em 7 de novembro, que tentavam manter as informações fiscais do ex-presidente sob sigilo.

Em 2018, o ex-advogado de Trump, Michael Cohen, foi preso após reconhecer que havia pago pelo silêncio de duas mulheres que acusavam o então candidato republicano de ter mantido relações sexuais fora do casamento.

Antes de ser preso, Cohen alegou que Trump – com o apoio de seus familiares – cometeu diversas fraudes fiscais e bancárias ao longo dos anos.

Segundo o ex-advogado, o republicano teria “inflado seus ativos” para aparecer na lista dos homens mais ricos da revista “Forbes”, mas mentiu e desinchou os números para não pagar impostos imobiliários.

IR presidencial
Durante os quatro anos em que foi presidente dos EUA, Trump se recusou a divulgar as suas declarações de Imposto de Renda – algo que foi feito por todos os seus antecessores.

Os presidentes americanos sempre divulgaram suas declarações, detalhando as fontes de renda e impostos pagos, em nome da transparência. Na segunda-feira (17), Biden retomou a tradição rompida por Trump e publicou a sua declaração de impostos.

O atual presidente americano e sua esposa, Jill, ganharam US$ 607 mil (cerca de R$ 3,16 milhões) no ano passado, segundo a declaração.

Eles pagaram US$ 157 mil em Imposto de Renda federal, uma alíquota efetiva de 25,9%, e mais US$ 28,8 mil do mesmo imposto em Delaware, estado onde residiam antes de chegar à Casa Branca.

 

Fonte: G1

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