Aos 92 anos, Maria Fumaça volta a circular e será transformada em trem de turismo

Viagem teste ocorreu neste domingo (30).

A locomotiva a vapor Maria Fumaça voltou a circular pelas ruas de Maceió neste domingo (30). Aos 92 anos, o trem saiu da estação central e percorreu as ruas do Centro até Jaraguá. Considerada uma joia rara do patrimônio histórico e cultural, a locomotiva foi fabricada em 1929 na Alemanha e adquirida pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em 2008, depois de pertencer à usina Utinga Leão.

A Maria Fumaça de Alagoas é uma das poucas em operação no país e a única do Nordeste. De acordo com o superintendente da CBTU, Carlos Jorge, a jardineira irá se transformar em trem turístico e de lazer. O trem está em processo de restauração, uma vez que não há peças de reposição.

No Brasil, há poucos exemplares de Maria Fumaça em funcionamento. A locomotiva a vapor mais antiga em operação no País está fazendo viagens turísticas no litoral do Paraná. A Maria Fumaça Mogul 11, fabricada em 1884, foi restaurada para fazer um trajeto de 16 quilômetros em meio à Mata Atlântica e entrou em circulação em 2020. Também há locomotivas a vapor operando em passeios turísticos no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e em Campinas (interior de SP).

O Trem Turístico terá capacidade inicial para transportar 52 pessoas sentadas. Os bancos são de ferro, originais do período de fabricação da Maria Fumaça. O carro está sendo transformado numa Jardineira. Cada peça que necessita de reparo ou troca, é produzida artesanalmente pelos próprios técnicos da CBTU. Não há reposição em lojas e fábricas devido ao tempo de fabricação. Tudo exige muito cuidado, criatividade, envolvimento e o reconhecimento de que a CBTU tem em seu acervo uma relíquia histórica.

Ascom CBTU

Supreintendente da CBTU, Carlos Jorge (branco), ajusta últimas detalhes com equipe

Percurso

O percurso previsto para o Trem Turístico será do bairro Bebedouro até a Estação Utinga, onde se localiza o Instituto de Preservação da Mata Atlântica, o qual deverá fazer parte do roteiro.  O projeto pretende envolver parcerias o trade turístico, as prefeituras por onde o trem passará, escolas públicas e particulares, ONGs e entidades ambientais.

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