O caminhoneiro que estava com suspeita de ter contraído a variante B.1.617, cepa da Covid-19 encontrada na Índia, morreu nessa terça-feira (1º), em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.
A suspeita foi descartada após exames realizados em Diego Zeferino, de 37 anos, que veio do Pará a Mato Grosso.
Diego estava internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Rondonópolis desde a semana passada. Ele deixa mulher e três filhos.
Conforme os exames realizados, o paciente estava com Covid-19, mas não foi detectada qualquer variante.
A família dele está vindo de Santa Catarina (SC) para providenciar o translado do corpo.
De acordo com as áreas técnicas e laboratórios de referência, são considerados casos suspeitos da nova cepa aqueles que envolvem uma pessoa que fez viagem para o exterior e testou positivo ou uma pessoa que manteve contato com um indivíduo que fez viagem para o exterior e testou positivo.
A variante indiana
A variante indiana B.1.617 possui três sub-linhagens, com pequenas diferenças (B.1.617.1, B.1.617.2 e B.1.617.3), que foram descobertas entre outubro e dezembro de 2020.
As três apresentam mutações importantes nos genes que codificam a espícula, a proteína que fica na superfície do vírus e é responsável por conectar-se aos receptores das células humanas e dar início à infecção.
Entre as alterações, a E484Q tem similaridades com a E484K, alteração encontrada nas variantes sul-africana e brasileira.
Até o momento, cientistas ainda não conseguiram estabelecer sobre a variante indiana:
- A sua real velocidade de transmissão e o quanto ela é mais transmissível;
- Se a variante está relacionada a quadros de Covid-19 mais graves, que exigem internação e intubação
- Se ela aumenta o risco de reinfecção (a OMS já aponta uma “possível modesta redução na atividade de neutralização”)