Chuva alaga único hospital de Roraima para casos de Covid-19

Hospital Geral de Roraima registrou alagamentos nos corredores e servidores tentando conter água. Maternidade e outro hospital de responsabilidade do governo também teve casos de goteiras e até verdadeiras 'cascatas' no teto.

Hospital Geral de Roraima, único público para tratamento de casos graves da Covid-19, alagou, mais uma vez, durante a forte chuva na noite dessa quarta-feira (2), em Boa Vista. Imagens feitas por servidores e acompanhantes de pacientes mostram os doentes nos leitos em meio à água acumulada no corredor por entre as macas.

Em meio ao caos que se instalou na unidade, o secretário de Saúde, Airton Cascavel, foi até o HGR, fez um vídeo selfie de oito segundos e, sem dizer nada, o publicou nas redes sociais com a seguinte legenda: “vivendo o problema de perto no HGR”.

Reprodução

Secretário de Saúde de Roraima, Airton Cascavel no HGR alagado pela chuva

Na gravação, Cascavel exibiu pacientes enquanto funcionários da limpeza tentavam conter a água da chuva.

Secretário de Saúde de Roraima, Airton Cascavel no HGR alagado pela chuva — Foto: Instagram/Airton Cascavel

Um vídeo feito no Cosme e Silva, unidade que atualmente atende pacientes que não tem Covid, mostra uma verdadeira cascata de água caindo pela lâmpada, no forro, enquanto pacientes correm para não se molhar.

Além do HGR, a Policlínica Cosme e Silva e a única Maternidade do estado, todos de responsabilidade do governo de Roraima, registraram estragos causados pela chuva, com goteiras e vazamentos no teto.

As imagens flagraram servidores afastando as poltronas dos pacientes e um deles sendo retirado na própria maca. Houve, inclusive, um paciente com soro no braço que saiu do espaço por conta própria.

Cascatas se formaram na Policlínica Cosme e Silva — Foto: Arquivo pessoalCascatas se formaram na Policlínica Cosme e Silva — Foto: Arquivo pessoal

Em nota, o governo lamentou o alagamento e atribuiu o problema no HGR à Prefeitura de Boa Vista.

“Hospital Geral enfrenta problemas em função do estrangulamento da rede de drenagem, obra que foi executada pela Prefeitura de Boa Vista. A obra de drenagem ficou ainda mais comprometida com a construção da ciclovia que passa em frente ao HGR, causando refluxo e acúmulo de água dentro do hospital”.

A prefeitura, por sua vez, disse que “as obras de drenagem da prefeitura não impactam nas goteiras da estrutura do telhado do HGR. As imagens que circularam durante a chuva desta madrugada mostram água caindo do forro”.

O estado afirmou, ainda, que “a recuperação no telhado e forro das unidades atingidas pelas fortes chuvas”, estão sendo feitas nesta quinta-feira (3). O governo não divulgou, no entanto, se algum paciente agravou o estado de saúde depois do alagamento no HGR.

O governo disse que o atendimento não foi comprometido, uma vez que as equipes agiram rápido para retirar a água da chuva que se acumulou nas unidades e disse que nas “áreas alagadas, os pacientes foram imediatamente remanejados para outro setor, enquanto a manutenção está sendo feita.”

Goteiras também foram registradas na única Maternidade do estado — Foto: Arquivo PessoalGoteiras também foram registradas na única Maternidade do estado — Foto: Arquivo Pessoal

Em outubro do ano passado, durante a reinauguração do bloco ‘B’ do HGR, o governo havia informado, que “todos os problemas de goteiras e vazamentos, que ocorrem comumente no período de chuva”, tinham sido resolvidos na unidade, o que não ocorreu.

O pluviômetro da Defesa Civil Municipal registrou chuva de 70 mm nas últimas 24h em Boa Vista. O esperado para o mês de junho é de aproximadamente 320 mm.

Cascata se forma no telhado do HGR — Foto: Arquivo pessoalCascata se forma no telhado do HGR — Foto: Arquivo pessoa

Histórico de alagamento no HGR

Goteiras caem em cima de poltronas em sala da Policlínica Cosme e Silva — Foto: Arquivo PessoalGoteiras caem em cima de poltronas em sala da Policlínica Cosme e Silva — Foto: Arquivo Pessoal

Esta não foi a primeira vez que o HGR alagou em razão de chuva. Em abril deste ano, depois de uma chuva na madrugada, funcionários utilizaram rodos e tiveram de colocar baldes espalhados pelo chão para aparar a água. Pacientes precisaram mudar leitos de lugar. À época, o governo disse que a “força da água da chuva quebrou uma das telhas”.

E junho do ano passado, o corredor de acesso à farmácia da unidade foi invadido pela chuva. No mesmo mês, uma forte chuva alagou parte da UTI destinada à pacientes com Covid-19.

No dia, a água caiu sob o cinegrafista Tayllon Peres, de 28 anos. Ele estava intubado em uma cama e morreu dois dias depois, em 20 de junho, após passar 18 dias internado.

Fonte: G1 RR

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