Uma enfermeira moradora de Praia Grande, no litoral de São Paulo, foi diagnosticada três vezes com Covid-19 em um período de um ano. Apesar de exames confirmarem a doença em épocas diferentes, um infectologista ouvido pelo G1 explica que não é possível afirmar que trata-se de um caso de reinfecção.
A enfermeira Giselly Cristina Rousseng Prates Tavares, de 38 anos, descobriu que estava com Covid-19 pela primeira vez em abril do ano passado, quando realizou o teste para visitar a mãe em segurança.
O exame do tipo RT-PCR foi feito pelo Instituto de Análises Clínicas em 5 de abril. O resultado positivo saiu poucos dias depois. Na ocasião, ela sentiu sintomas leves da doença, como dor de garganta e de cabeça.
O segundo diagnóstico positivo veio em 14 de julho do ano passado, também em teste PCR. Desta vez, o exame foi realizado pelo Centro de Genomas. Ela procurou atendimento após apresentar sintomas moderados da doença, como dores no peito mais intensas, por exemplo.
Em maio deste ano, o marido da enfermeira testou positivo para a doença pela primeira vez. Como Giselly teve sintomas mais fortes, como tosse, perda de paladar e falta de ar, ela decidiu procurar o Laboratório de Análises Clínicas do Hospital São Luiz Jabaquara na última quinta-feira (3), quando recebeu o terceiro resultado positivo para o coronavírus em um ano.
“Nem eu estou acreditando. Ainda bem que tomei a vacina, porque se não tivesse tomado, talvez estivesse em um quadro mais grave, mais perigoso”, diz a enfermeira, que recebeu as duas doses do imunizante no início do ano.
Sequenciamento genético
Procurado pelo G1 para comentar o caso, o médico infectologista Marcos Caseiro pontua que não é possível afirmar que o caso da enfermeira trata-se de reinfecção. Isso porque, segundo ele, seria necessário realizar o sequenciamento genético de todas as vezes que ela testou positivo, para checar se foram vírus diferentes ou se, por acaso, o mesmo vírus permaneceu no organismo dela por mais tempo.
“A gente sabe que o exame PCR pode identificar o vírus até 80 dias depois da infecção, não necessariamente indicando reinfecção”, explica. No entanto, ele afirma que existem casos de reinfecção por Covid-19 sendo adequadamente diagnosticados pelo país.
“A gente só faz o diagnóstico de reinfecção quando temos esse material genético e fazemos os testes para sequenciar o vírus e ver que são vírus diferentes”, diz.