Durante sua live semanal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender, nesta quinta-feira (17), o voto impresso, e disse, sem apresentar provas, ter informações de que houve fraude na eleição presidencial de 2014, vencida por Dilma Rousseff (PT), e na de 2018, na qual se elegeu.
“O Aécio [Neves] ganhou em 2014. Em 2018, eu ganhei em primeiro turno. Alguns falam: ‘eu nunca vi ganhador reclamar’. Eu tô reclamando, porque eu quero transparência. ‘Ah, vai custar R$ 2 bilhões.’ Eu sempre ouvi que a democracia não tem preço. A gente arranja esse dinheiro aqui”, disse o presidente.
Em entrevista à CNN na manhã desta quinta-feira, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, se comprometeu a cumprir “com boa fé” a decisão de implementar o voto impresso, caso o Congresso aprove a proposta em análise atualmente e o Supremo Tribunal Federal (STF) confirme a medida.
Durante a live desta noite, o presidente afirmou que, mesmo se não for aprovado pelo Supremo, o voto auditável será adotado na próxima eleição.
“O Barroso diz: ‘se não for judicializado, teremos voto eletrônico’. Não, Barroso. Se promulgar, teremos eleições, sim, com voto auditável e ponto final.”
Apesar das alegações, Bolsonaro não apresentou provas de fraude. Na mesma entrevista à CNN, Barroso reiterou hoje pela manhã que nunca houve fraude documentada nas urnas eletrônicas usadas no Brasil.
“Jamais. A única vez que houve algum tipo de questionamento foi pelo então candidato Aécio Neves e que não se apurou impropriedade, porque não há. Se o presidente da República ou qualquer pessoa tiver prova de fraude – porque eu não tenho paixão por urna eletrônica, tenho paixão por eleições limpas – e, portanto, qualquer pessoa que tem alguma prova de fraude ou de impropriedade tem o dever cívico de entregá-la ao Tribunal Superior Eleitoral. Estou esperando com as portas abertas e de bom grado. O resto é retórica política, são palavras que o vento leva.”