Arapiraca é o segundo maior município de Alagoas, com mais de 230 mil habitantes, mas também é o nome da Chloroleucon dumosum, árvore da caatinga. O Bosque das Arapiracas, na cidade, foi o local do primeiro do plantio de mudas nativas do Alagoas Mais Verde, em 2015. O projeto tem grande importância no Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) e comemora nesse Mês do Meio Ambiente 2021 o marco de um milhão de árvores plantadas nos municípios.
Foi às margens do Riacho Seco que uma grande árvore deu sombra ao Manoel André Correia dos Santos em 1848. Ele estava descansando da tarefa de capinar o terreno que havia comprado para construir sua residência. “Essa arapiraca, por enquanto, é minha casa”, falou Manoel, sob a árvore.
A tradição popular diz que a palavra “arapiraca” deriva da língua indígena tupi-guarani, ara-poia-aca, traduzido em “ramo que a arara visita”. Há outras interpretações que traduzem termos tupi para “planta com gosto de mel”, “madeira de casca frouxa” ou mesmo “farpas”, em referência a características da espécie.
Outros nomes são atribuídos à Chloroleucon dumosum, também podendo ser chamada de pau-rósea ou jurema-branca, a depender da região que ocorra. Ela está distribuída na Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica.
Árvores de arapiraca podem medir de 5 a 9 metros de altura, com espinhos em ramos novos; folhas bipinadas, alternas, paripinadas e ovais.
Estudos referenciam o saber popular para propriedades medicinais da espécie, principalmente sobre chás feitos com a casca e semente que podem ser úteis contra inflamações ginecológicas e para o uso emético (provoca vômito).
Foi próximo a uma arapiraca que Manoel construiu sua casa, era o ponto de referência que ele mencionava quando queriam saber onde morava. Logo outras famílias passaram a habitar a região e um povoado se formou ao redor do angico branco.
A árvore histórica continua lá, às margens do Riacho Seco, hoje chamado Riacho Piauí, na Serra dos Ferreiras. A arapiraca em que Manoel, fundador da cidade, descansou foi tombada em 2007 como Patrimônio Natural e em 2016 foi criado o Memorial da Árvore Centenária de Arapiraca no local.
Documentos do IBGE passam a registrar Arapiraca em 1920, enquanto distrito do município de Limoeiro. A Lei Estadual Nº 1.009 de 30 de maio de 1924 eleva Arapiraca à categoria de município, já tão grande que abrangeu territórios desmembrados de Palmeira dos Índios, Porto Real, São Brás, Traipu e Limoeiro.
Em abril deste ano, Arapiraca lançou seu próprio programa de arborização da cidade, o Arapiraca Verde, em parceria com o projeto Alagoas Mais Verde. A primeira ação de plantio foi de duas mil mudas nativas de mata ciliar, na Lagoa do Pé Leve, comunidade da zona rural do município.
A gestão municipal planeja realizar arborização em toda a cidade. A parceria entre a Prefeitura de Arapiraca e o IMA entrega resultados duradouros em ações diversificadas, afirma Ivens Leão, assessor executivo de gestão interna.
“Sou de Arapiraca e poder estar ajudando enquanto órgão ambiental é muito bom”, revela Ivens. “É a segunda maior cidade do Estado, num ponto de localização central e exemplo para outros municípios do interior. Poder realizar essas ações que visam melhorar a qualidade de vida ambiental e do cidadão é uma grande satisfação”, conclui.
Para saber mais sobre municípios com nome da flora alagoana, acompanhe o site e as redes sociais do IMA, com programação especial durante o Mês do Meio Ambiente.