Um juiz do Vaticano ordenou, neste sábado (3), que 10 pessoas ligadas à Igreja Católica — entre elas um cardeal italiano — fossem julgadas por supostos crimes financeiros, incluindo peculato, lavagem de dinheiro, fraude, extorsão e abuso de poder.
Entre os indiciados, está o cardeal Angelo Becciu, que foi demitido pelo Papa Francisco no ano passado, os ex-chefes da unidade de inteligência financeira do Vaticano e dois corretores italianos envolvidos na compra de um prédio em uma área luxuosa de Londres pelo Vaticano.
Becciu, que sempre alegou inocência durante a investigação que durou dois anos, tornou-se o oficial da Igreja de mais alta patente a ser indiciado por supostos crimes financeiros.
De acordo com a lei da Igreja, o papa aprovou pessoalmente a decisão do juiz de investigar e indiciar Becciu. As acusações contra ele incluem peculato e abuso de poder. Uma mulher italiana que trabalhava para Becciu foi acusada de peculato.
Os corretores italianos Gianluigi Torzi e Raffaele Mincione foram indiciados por estelionato, fraude e lavagem de dinheiro. Torzi, para quem magistrados italianos emitiram um mandado de prisão em abril, também foi acusado de extorsão.
Ambos negaram irregularidades.
Quatro empresas associadas a réus, duas na Suíça, uma nos Estados Unidos e uma na Eslovênia, também foram indiciadas.
O julgamento deve começar em 27 de julho no Vaticano, disse um comunicado.