Enfrentar um câncer na infância não é fácil. Anne Victoria, de 20 anos, teve a perna amputada aos 8 anos e passou por quimioterapia e um longo tratamento. Tudo que passou serviu de inspiração: atualmente, é estudante do 4º período de medicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
“Se isso tudo aconteceu e eu estou aqui para contar a história, é porque tem algum propósito. Não é para sofrimento, não é só porque eu adoeci e fiquei doente e pronto. T%em algum propósito. É a minha missão, tanto é que eu adotei a medicina como a minha profissão. Então, eu acho que tem o propósito de mudar a vida das pessoas através da minha história”, disse.
A descoberta da doença veio quando Anne tinha em torno de 6 anos de idade. “Eu comecei a ficar doente com uma certa frequência, tinha muita febre, ficava cansada, queria ficar o dia deitada. Mas aí eu comecei a mancar, tanto por conta da dor quanto por sentir uma certa fraqueza no joelho”, recordou a jovem.
O primeiro diagnóstico foi de osteo aneurismático. “O médico explicou que era raro e agressivo, mas que ia ficar tudo bem e que ele apenas ia pedir uma biopsia para seguir o protocolo e confirmar”, lembrou.
Porém, não foi tão simples. Infecções, dores e 20 cirurgias depois, ela teve de passar pela amputação da perna direita. Foram três anos de tratamento, que incluiu também quimioterapia e a perda dos longos cabelos.
Enquanto a filha se mantinha tranquila, a mãe por vezes se viu a beira do desespero. “Principalmente depois da amputação, eu desmoronei. Fiquei dias chorando sem parar e ela que falava: ‘mãe, para de chorar, foi só uma perna e eu vou viver a minha vida agora’. Era mais ela que passava força pra mim do que eu pra ela, na verdade”, contou Maria Aparecida Costa.
Atualmente, Anne já faz parte a turma da palhaço terapia do Hospital das Clínicas, onde foi tratada. “Eu acho que eles veem que poxa, tem uma menina ali, e está querendo ajudar a gente que está doente, enfim, a gente pode continuar”, disse a jovem.
“Eu resumo ela como um ser humano incrível. Ela é uma grande mulher de Deus com uma grande missão aqui na terra. Eu sempre falo para ela que ela não vai ser só uma médica. Ela vai ser uma médica com uma missão”, declarou a mãe.