Javier Tebas, presidente de LaLiga, disse nesta quinta-feira (8) que apenas o “doping financeiro” permitiria que Paris Saint-Germain ou Manchester City contratassem Lionel Messi com acordo parecido com o que o craque tinha com o Barcelona. O último contrato do argentino valeu mais de 500 milhões de euros (R$ 3 bilhões, na cotação atual) em quatro anos.
Aos 34 anos, Messi está livre no mercado após seu contrato com o Barça ter terminado em 30 de junho. O clube catalão tem esperança de conseguir um novo contrato com ele, mas, antes de conseguir inscrevê-lo, primeiro deve fazer reduções na folha salarial, para se adequar às regras de Fair Play Financeiro da LaLiga. Tebas diz que Messi deve aceitar uma redução para permanecer no Camp Nou.
Em declarações em entrevista coletiva, Tebas confirmou que Messi teria que aceitar um grande corte no salário. “Ele não poderá assinar nas condições anteriores, isso é impossível. Mas não acredito que nenhum clube europeu conseguiria pagar essa quantia”.
No entanto, Tebas alertou os dois clubes, que demonstraram interesse no argentino.
“O City sofreu uma perda de 270 milhões de euros (R$ 1,6 bilhão) [durante a pandemia], então obviamente eles não deveriam considerar contratar Messi [com seu salário anterior]”, acrescentou o chefe do LaLiga. “O PSG também teve perdas, então eles não podem sequer considerar a possibilidade de contratar Messi [por esse valor]”.
“Se fizerem isso, será doping financeiro. Precisamos estabelecer limites. O doping financeiro está prejudicando o futebol”, continuou.
“Não é dinheiro de verdade porque não é gerado pelos clubes. O dinheiro não proveniente do futebol provoca uma inflação ruim e destrói o futebol porque os demais clubes vão fazer todo esse esforço [para tentar competir com esse doping], o que os leva acima de sua capacidade financeira”.
Para o mandatário, é preciso combater esse tipo de negociação. “Temos que lutar contra isto. Se não for resolvido, o esporte vai ficar em uma situação muito complicada”.
O PSG já contratou Sergio Ramos, Achraf Hakimi e Georginio Wijnaldum neste verão, enquanto o City foi vinculado com investimentos de 100 milhões de libras (R$ 725 milhões) para buscar a dupla inglesa Harry Kane e Jack Grealish, cada um por esse montante.
Tebas insistiu que a liga não seria flexível quando se trata de registrar o novo acordo de Messi, dizendo que ele acredita que Barcelona fará os cortes necessários e que o atacante está “mais próximo” de reingressar no Camp Nou do que ir a outro lugar.
O mandatário diz que “não sabe” se Messi será registrado a tempo para o início do LaLiga em 14 de agosto, mas diminuiu a questão caso não aconteça.
“Queremos sempre os melhores jogadores, mas Neymar foi embora, Cristiano Ronaldo foi embora e nós ainda estamos crescendo”, disse ele. “E até onde sei, nem a Série A, nem a Ligue 1 cresceram tanto quanto gostariam”, destacou.
“Lamentaria se Messi saísse, ele é o melhor de todos os tempos, mas não devemos ficar obcecados com jogadores [individuais]”, finalizou.
