Após enterrar o noivo Saulo Rodrigues Lopes, 37 anos, vítima da Covid-19, Rafael Ferreira Luiz, 27, disse que não sabe como seguirá sem o companheiro. O casal ficou conhecido após ser ameaçado por meio das redes sociais ao anunciar o casamento, que deveria acontecer no dia em Saulo morreu, em Anápolis, a 55 km de Goiânia.
“O terno dele está lá em casa ainda, as taças que a gente mandou fazer, tudo lá em casa ainda. Não sei como vai ser minha vida sem ele”, desabafou.
Antes de Saulo ser hospitalizado, eles gravaram um vídeo contando como se conheceram e sobre a felicidade que sentiam antes do casamento.
Depois, Rafael contou que o noivo foi diagnosticado com Covid-19 e precisou ser internado. Segundo ele, Saulo foi piorando e, nos dias que antecederam sua morte, já estava sem esperanças em relação à recuperação.
“Ele teve 60% dos pulmões comprometidos. Teve piora na quarta-feira. Na sexta-feira ele teve um infarto. No sábado, quando eu fui lá, ele já falou: ‘Não dou conta mais, minha hora está chegando’. Ele que pediu para ser intubado porque não conseguia respirar mais”, lembrou Rafael.
Saulo morreu no último domingo (18).
“Ele faleceu no horário que estaria entrando na cerimônia, às 16h, estava no convite”, lamentou Rafael.
Por causa da Covid-19, não houve velório para os amigos e parentes se despedirem de Saulo. Para o adeus, eles realizaram um cortejo de carros entre o hospital em que o empresário estava internado e o Cemitério Parque de Anápolis, onde o corpo foi enterrado.
Ameaças
O casal ficou conhecido após ser ameaçado de morte por um perfil nas redes sociais logo após anunciar o casamento. Eles registraram o caso na Polícia Civil. Segundo a corporação, a apuração da denúncia está em andamento.
Por causa das ameaças, segundo Rafael, o casal teve que mudar a data do casamento. De acordo com ele, antes, estava marcado para o dia 24 de julho, mas, após alterações em contratos, eles tiveram de antecipar a data para o último domingo.
Em junho, a loja de produtos importados que pertencia aos dois foi furtada. Eles tiveram um prejuízo de cerca de R$ 30 mil. À época eles contaram que acreditavam que o furto fora praticado pelas mesmas pessoas que já os ameaçavam.