O senador Ciro Nogueira assinou nesta quarta-feira (28) o termo de posse como novo ministro da Casa Civil, ocupou o gabinete do antecessor, Luiz Eduardo Ramos, e já despacha no Palácio do Planalto. A posse, porém, só deve ocorrer na próxima terça-feira.
A antecipação da assinatura se deu por dois motivos. Primeiro, porque pela manhã ele deu posse a sua suplente no Senado, sua mãe, Eliane Nogueira. Segundo, porque Ciro segundo todos seus interlocutores diretos já havia desde segunda-feira começado a operar politicamente no cargo. Hoje, sua secretária também já despachava no Planalto. Ele também já convidou dois servidores do Congresso para trabalhar com ele. Por ora, o atual secretário-executivo da Casa Civil, Jônathas Assunção, permanecerá no cargo.
Empossado, ele se reuniu com dois ministros, Flavia Arruda, da Secretaria de Governo, com quem tratou da reorganização da operação política. Em princípio, Flavia ficará mais focada na Câmara, onde já conta com a ajuda do presidente da casa, Arthur Lira. Ciro focará no Senado. Ele tem dito que pretende formar uma maioria consolidada e segura para aprovação de projetos do governo.
Outra missão é assumir a articulação dos recursos das emendas de relator, as chamadas RP9, que geraram polêmica neste ano por não haver critério claros e públicos de distribuição entre os parlamentares. Pelo Senado, quem fez a gestão dessa divisão, estimada em R$ 6 bilhões, foi o ex-presidente da casa Davi Alcolumbre. Ciro deverá agora ser o responsável por essa divisão. Pela Câmara, onde o valor é de R$ 17 bilhões, isso será mantido com o presidente, Arthur Lira. Sua tarefa será fazer essa operação com Alcolumbre sem afastá-lo ainda mais do Palácio do Planalto.
Ao contrário, fazer de forma que o atraia. Ele é presidente da Comissão de Constituição e Justiça e conduzirá a sabatina com o nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro para o STF, André Mendonça.
Ciro também tem avaliado a possibilidade de expandir as atribuições da Casa Civil, por onde já passaram funções como administrar o bilionário Programa de Parcerias e Investimentos, o PPI. Há outras áreas que ao longo do governo foram sendo desmembradas para outras pastas. Mas ele não pretende fazer isso de forma abrupta, mas, segundo seus interlocutores, dentro de uma construção política.