Duas pessoas são internadas com suspeita da doença da urina preta em Maceió

Cortesia ao Alagoas24horas

Paciente coleta urina com cor alterada devido à síndrome

A Vigilância Sanitária de Marechal Deodoro realizou a interdição cautelar de aproximadamente 32kg de peixes em um restaurante do Povoado Massagueira, após receber a denúncia de que o pescado estava possivelmente contaminado com a toxina que causa a síndrome de Haff, conhecida popularmente como doença da urina preta.

Isto aconteceu depois que duas pessoas deram entrada em um hospital particular localizado no bairro da Gruta de Lourdes, em Maceió, apresentando perda da força física, dor muscular, febre e urina escura, sintomas característicos da doença.

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Em entrevista ao Alagoas 24 Horas uma familiar de um desses pacientes contou que o rapaz  apresentou sintomas na terça-feira, 20, após consumir o peixe dourado durante um almoço com a família no restaurante, localizado na Avenida Divina Pastora, na Massagueira.

“Ele sentia dor no pescoço, dor nas pernas e a urina estava escura, parecia coca-cola. Além disso, ele passou dois dias sem andar. No hospital, os médicos não sabiam do que se tratava. Chegaram a sugerir que eram outras doenças como meningite e leptospirose, mas chegaram a conclusão de que era a doença da urina preta após outras pessoas serem internadas no hospital com os mesmos sintomas”, contou a sogra do paciente, que recebeu alta médica, mas ficou com algumas sequelas como problemas renais, enjoos e dores nas costas.

Ao Alagoas 24 Horas o hospital confirmou os dois casos de pacientes com os sintomas da Síndrome de Haff. Uma paciente segue internada recebendo tratamento médico.

Já a Prefeitura de Marechal Deodoro informou que a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Sanitária, realizou a interdição cautelar de 32 quilos de peixes que foram encontrados no estabelecimento. O órgão explicou que não possui câmara fria para armazenar o produto, por isso, ele ficará guardado sob a responsabilidade do proprietário do restaurante  até que as amostras sejam analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Alagoas (LACEN-AL).

O que a vigilância quer saber é se os pacientes adquiririam a doença depois de consumir o pescado e qual dos peixes estava contaminado pela toxina. Tarefa nada fácil, já que se trata de uma metodologia nova, nunca antes realizada em Alagoas.

No Brasil, houve registro de síndrome de Haff em Pernambuco, Paraíba, Goiás e Bahia. Em março deste ano, a veterinária Priscyla Andrade, de 31 anos, morreu após consumir o pescado contaminado em Recife (PE).

Confira nota da Prefeitura de Marechal Deodoro na íntegra:

A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Sanitária, informa que recebeu a denuncia e já tomou todas as medidas necessárias. Ao ser comunicada do ocorrido, a Vigilância realizou a interdição cautelar de, em média, 32kg de peixes. Todo o produto está sendo submetido a uma análise através do Laboratório Central de Saúde Pública de Alagoas (LACEN-AL) em parceria com um laboratório especializado. O material será rigorosamente examinado e mediante o resultado do laudo, o LACEN-AL e a Vigilância Sanitária de Marechal Deodoro darão prosseguimento à investigação.

Confira a nota da Sesau:

A Gerência do Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL) informa que recebeu as amostras do pescado coletadas pela Vigilância Sanitária de Marechal Deodoro e que está em processo de análise. Ressalta, entretanto, que não há um prazo determinado para conclusão, uma vez que o processo requer minucioso estudo para comprovar ou descartar a presença da toxina proveniente de algas marinhas no pescado analisado, que podem ou não ter provocado os casos suspeitos de Síndrome de Haff, conhecida como doença da urina preta.

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