Mãe e bebê com condição rara fazem sucesso nas redes sociais: “Perguntam se pintamos os cabelos”

Fátima Gomes, 31, do Distrito Federal, e o filho Théo, 3 meses, possuem uma condição rara e genética chamada piebaldismo, caracterizada principalmente por manchas brancas na pele e cabelos. "A aceitação foi um processo".

Fátima também possui manchas brancas pelo corpo (Foto: Reprodução/Instagram)

Dificilmente Fátima Gomes, 31, e o filho Théo, 3 meses, passam despercebidos. Isso porque os dois possuem uma condição rara e genética chamada piebaldismo, caracterizada principalmente por manchas brancas na pele e uma mecha branca nos cabelos. No entanto, o que já foi motivo de incômodo, hoje se tornou um orgulho. “Já nasci assim. Pelo que sei, minha bisavó, avó, minha mãe, alguns dos meus irmãos, eu e o meu filho temos, portanto, é hereditário”, disse, em entrevista exclusiva à CRESCER. “A aceitação foi um processo. Até os meus 24 anos foi muito complicado, eu não aceitava, então, pintava o cabelo de 15 em 15 dias”, lembra.

Ela, que é mineira, mas mora no Distrito Federal, disse que foi seu marido, José Neto, que a ajudou a perceber a beleza da sua mecha. “Deixei de escondê-la, mas, as manchas na barriga e nas pernas, até hoje, ainda tenho dificuldade de expor. Por isso, sempre uso roupas que as escondem. Elas chamam muito a atenção das pessoas. As perguntas sempre são: ‘É vitiligo?’, ‘É queimadura?’, ‘Você que coloriu o cabelo?’. Isso me incomodava muito. Sofri bullying na escola como ‘pintadinha'”, conta.

Théo, único filho do casal, nasceu há três meses com a mesma condição genética da mãe. Mas, na época, não foi motivo de comemoração. “Eu não imaginava e nem queria que meu filho nascesse com o sinal. Fiquei triste quando vi que ele tinha. Porém, depois de algum tempo, mudou completamente a minha mente em relação a isso. Parece que Deus usou o nascimento dele para me transformar e não conformar: quero que ele entenda, desde cedo, que essa condição diferente não o impedirá de ser feliz e fazer qualquer coisa que sonhar na vida; que ele se perceba lindo, maravilhoso e que sempre esteja com a autoestima elevada”, disse.

Depois de começar a compartilhar suas fotos nas redes sociais, Fátima disse que passou a receber diversas mensagens de apoio. “Foi uma avalanche de mensagens positivas e milhares de elogios. Respondo com carinho àqueles que perguntam sobre o sinal. Tem gente que pergunta, inclusive, se eu pintei o cabelo dele para parecer com o meu, ou vice-versa”, revelou. “No entanto, devido à minha inexperiência, minha conta no Instagram foi hackeada e estou lutando para conseguir recuperá-la”, conta ela, que tinha mais de 110 mil seguidores, mas hoje começou um novo perfil (@fatima.theo.gomes), que tem menos de 10 mil. “Se alguém se propuser a me ajudar, ficarei muito agradecida”, disse.

Sobre o piebaldismo
O piebaldismo ou albinismo parcial é uma genodermatose rara e autossômica dominante. Em cerca de 90% dos casos, as pessoas possuem a mecha branca frontal nos cabelos e máculas despigmentadas simétricas (manchas) na pele, causadas pela ausência de melanocitos, responsáveis por produzirem os pigmentos na pele e nos cabelos. Sobre a condição, além das catacterísticas físicas visíveis, Fátima conta que é preciso ter muito cuidado com o sol. “Os cuidados que precisamos ter são com os raios solares: a pele fica sensível no local”, disse. Não há tratamento, as marcas não crescem ou desaparecem. Além disso, normalmente, essa condição genética não vem acompanhada de problemas de sáude secundários.

Fonte: Crescer

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