O Ministério Público denunciou na terça-feira (10) o prefeito de São Simão, Francisco de Assis Peixoto (PSDB), por importunação sexual, tentativa de adquirir e também divulgar pornografia envolvendo criança ou adolescente. Ele segue preso. A defesa disse que agora que tomou conhecimento do documento, vai fazer um novo pedido de liberdade do político.
A denúncia é com relação a duas vítimas. Outras cinco pessoas prestaram depoimento, mas o crime já tinha prescrito e, por isso, o prefeito não pode responder por eles. O caso está em segredo de Justiça.
O advogado Edemundo Dias informou que, após analisar a denúncia, vai pedir a liberdade provisória do político. “A parte de investigação já terminou, então é desnecessário a manutenção da prisão. Ficou demonstrado que não há crime de pedofilia, foi denunciado por importunação sexual. Vamos pedir a perícia em todos os vídeos e áudios para verificar toda a situação”, disse o defensor.
Afastamento
Na terça-feira, o vice-prefeito assumiu o cargo interinamente. A Câmara negou um pedido de afastamento feito pela defesa, alegando que Assis Peixoto tem problemas de saúde. Entretanto, foi apresentado um laudo médico de 2017, que não foi aceito por ter sido considerado antigo.
Denúncias
Entre as denúncias está a da mãe de um adolescente de 15 anos, que preferiu não se identificar, e contou que o prefeito fez várias videochamadas com o filho e, em uma delas, mostrou as partes íntimas.
“Ele fez outra videochamada, aí mostrando as partes íntimas dele. Teve outra videochamada, só que meu filho foi tão inteligente que ele gravou a chamada. Falei: ‘meu filho, isso é caso de polícia, não está certo’”, contou a mãe.
O filho dela disse que ficou surpreso com a ligação. “Não esperava que aparecesse pelado. Depois que nós terminamos a ligação ele falou que queria colocar o trem dele em mim, falou que queria marcar encontro”, disse o adolescente.
O jornalista Luís Manuel Lima de Araújo, de 30 anos, também procurou o MP e denunciou que foi abusado pelo prefeito quando criança.
“Na primeira vez, eu estava cercado com meus amigos na piscina, brincando, conversando. Eu tinha 9 para 10 anos de idade, quando ele segurou minha mão por debaixo da água e levou minha mão até a sunga dele. E eu pude notar que ele estava excitado sexualmente”, disse.
O jornalista conta que ficou traumatizado após ser vítima do prefeito. Os abusos teriam acontecido até os 16 anos. “A qualquer instante, a qualquer local onde ele estivar seguro de olhares, sozinho, isolado, é um toque que ele faz, uma palavra obscena que ele diz”, disse.