Mariana Ximenes usou toda sua admiração pelo jornalismo para criar sua personagem Manuela, no filme L.O.C.A. – Liga das Obsessivas Compulsivas por Amor. A atriz interpreta uma jornalista feminista. Em entrevista à Quem, a artista, que também está no ar como a Condessa de Barra, em Nos Tempos do Imperador, revelou em quem se inspirou para dar vida ao papel.
“Tem tantos jornalistas que admiro. Aliás, o jornalismo tem um papel formidável na sociedade. Meu tio-padrinho era jornalista. A imprensa foi incansável em trazer notícias na pandemia para a gente. Foram incasáveis agora nas Olimpíadas também. Tenho um profundo respeito pelo ofício do jornalista. Tenho minhas inspirações, sim. A Andréia Sadi é uma jornalista que admiro muito. Estou sempre assistindo e lendo as notícias dela. Também tem Maju Coutinho, a Flávia Oliveira”, declara.
Manuela, Elena (Debora Lamm) e Rebeca (Roberta Rodrigues) são três mulheres que mergulham intensamente em suas paixões e não aguentam mais serem chamadas de loucas. Unidas em um grupo de ajuda, o L.O.C.A (Liga das Obsessivas Compulsivas por Amor), elas ganham força para colocar um fim a seus relacionamentos tóxicos. Também estão no elenco Fabio Assunção, como Carlos, um professor que se envolve com Manuela; Erico Brás, como Jorge, que vive um romance com Rebeca; e Luis Miranda, responsável pelo motorista Edson, marido de Elena.
Ximenes acredita que quanto mais se falar e discutir sobre relacionamentos abusivos, as mulheres se sentem mais empoderadas a sair de situações tóxicas. “Quando mostramos histórias sendo contadas assim, mais identificação você vê em outras mulheres. Primeiro, você gera uma rede de acolhimento muito grande, um alerta para elas pensarem, se conscientizaram e questionarem. Quanto mais você consegue uma rede de amizade, isso lhe ajuda a não passar mais por determinadas situações e não deixa nenhum tipo de violência física e psicológica chegar perto de você. Quanto mais conhecimento desses assuntos, mais armas e ferramentas você tem para lidar com esses tipos de situações na vida”, acredita.
A diretora Claudia Jouvin fala sobre a escolha do tema. “Ele está presente na vida de todo mundo. Quem nunca passou por uma desilusão amorosa ou viu uma história de um desencontro amoroso? A gente começou a pesquisar e encontramos muitas coisas engraçadas e memes na internet. Mas também pesquisei sobre grupos de ajuda e eram de histórias muito pesadas. Decidi fazer tudo original. Inventei o grupo, porque teria a liberdade de conduzir a história do jeito que eu quisesse. Quanto mais longe da realidade de onde nasceu o tema, mais liberdade tenho para pirar nessas criações”, justifica.
O longa é dirigido, escrito, produzido e protagonizado por mulheres. Este é o segundo filme de Claudia Jouvin, que também fez Um Homem Só. A produção é assinada por Carolina Jabor, de Aos Teus Olhos e Boa Sorte. “Estar no sete com muitas mulheres geniais e competentes é um deleite. Poder trazer esse olhar feminino sábio e acolhedor transforma o trabalho. Acho que a Clodi tem um trabalho de curadoria na seleção da equipe e do elenco muito primorosa. Com certeza, isso imprimiu no set, no nosso trabalho e vai imprimir também nas telas”, avalia Ximenes.
“Quando você abre essa oportunidade, é uma chance para outras mulheres virem também. Também é uma oportunidade dessas mulheres colocarem as suas vozes. Imagina essa história sendo contada por homens? Eu, como mulher, posso ir no limite para contar essa história. E acho isso importantíssimo porque isso imprimi no filme”, completa Claudia.
A produção da Conspiração, em coprodução com a Globo Filmes, é um lançamento exclusivo do selo Première Telecine e estreia neste domingo (15), às 22h, no streaming e no canal Telecine Premium.