Após ser abandonado e ficar viúvo, iguana macho viaja mais de 100 km para encontrar nova parceira

Martim (à esquerda) e Morgana (à direita) são Iguanas Verde e, caso se adaptem, poderão se reproduzir e contribuir para a preservação da espécie — Foto: Tadeu Filho/Prefeitura de São Vicente

Martin, uma iguana verde (Iguana iguana) macho do Parque Ecológico Engenheiro Tércio Garcia, o Horto Municipal de São Vicente, no litoral paulista, viajou mais de 100 km neste sábado (28) para encontrar sua futura ‘noiva’, uma fêmea da mesma espécie que vive no Instituto Rio Itariri, em Pedro de Toledo, no interior de São Paulo.

O macho chegou ao horto em 2017, quando foi abandonado na porta do parque. Por conta disso, não é possível precisar a idade do animal, que tem 1,62 kg. Ele viveu dois anos com a fêmea Killer, que morreu em 2019 e, desde então, vivia sozinho. Com esta viagem, a iguana terá a oportunidade de conviver novamente com outro animal de sua espécie.

A mudança aconteceu neste sábado. A veterinária Sandra Peres, do Parque Ecológico, que acompanhou o transporte do animal, explica que a iguana passará por um período de adaptação e não poderá ser colocado no mesmo recinto que a fêmea, Morgana, nos primeiros dias. Por cerca de 40 dias, ele se adaptará às condições do local para, em seguida, ser observado junto à nova parceira.

“Normalmente, esses animais têm que ficar isolados, um período em quarentena. Temos que saber como ele se comporta com o novo tratador, com uma nova dieta, e, a partir daí, colocar no mesmo recinto, mas com observação e depois possam ser aproximados para que não haja nenhum acidente, porque é uma mudança brusca”, relata.

A especialista esclarece que a interação entre as espécies também será avaliada, para evitar que um prejudique o outro. “Tudo que é feito é pensando nas melhores práticas de bem-estar, respeitando o animal que já está lá e o que está chegando”, diz.

Além de Martin, outros animais foram transferidos para o Instituto Rio Itariri. Segundo a administração, a retirada dos animais do Horto ocorreu porque, além da pandemia da Covid-19, o local enfrentou problemas com deslizamentos das encostas dos morros do entorno, se tornando uma área de risco, motivo pelo qual está fechado, por interdição da Defesa Civil.

Iguana verde
De acordo com o biólogo Eric Comin, essa espécie pode viver cerca de 15 anos em cativeiro. “A Iguana Verde, que é a única espécie que ocorre no Brasil, não está em risco de extinção, não está ameaçada. Um animal desses, em cativeiro, pode viver, em média, até uns 15 anos, sendo bem cuidada, bem tratada”, relata.

Na manha deste sábado, Martin foi transferido para seu novo lar, onde receberá todos os cuidados necessários e, em breve, conhecerá sua nova “noiva”, a fêmea Morgana.

Parque Ecológico
Junto à iguana, dois tucanos da espécie tucanuçu e quatorze jabutis foram levados para Pedro de Toledo. Após os deslizamentos das encostas, alguns animais do horto tiveram de ser remanejados para outros locais no próprio parque, assim como o prédio onde funcionava o setor de medicina veterinária e biologia, para proteção dos funcionários.

Conforme esclarece a prefeitura, desta forma, os animais que permanecerão no parque terão seus recintos ampliados. Diversas ações estão sendo planejadas para garantir o bem-estar deles, dentro dos pilares de conservação, estudo e pesquisa, e de educação ambiental.

Além de permanecer com algumas espécies nesta remodelagem, assim que reaberto, o Parque Ecológico abordará atividades educativas e contemplativas relacionadas à Mata Atlântica, como plantio de mudas, horta urbana, jardim sensorial, observação de pássaros, atividades e oficinas culturais, esportivas e de educação ambiental.

Fonte: G1

Veja Mais

Deixe um comentário