Policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) localizaram 93 explosivos deixados pela quadrilha que atacou bancos em Araçatuba, nesta segunda-feira (30).
Os artefatos foram encontrados nas ruas, nos bancos, nos carros abandonados entre Gabriel Monteiro e Bilac, e também em um caminhão deixado pelo grupo perto das agências bancárias. Confira abaixo:
- 32 artefatos nas ruas
- 29 artefatos no caminhão abandonado
- 13 artefatos deixados no Banco do Brasil
- 19 artefatos achados em carros abandonados em Bilac
- 70 cartuchos de emulsão no caminhão
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), equipes do Gate realizam a detonação de 100 quilos de artefatos explosivos restantes, em um aterro sanitário do bairro Água Branca.
Só nas ruas centrais de Araçatuba foram localizados 32 explosivos. No caminhão abandonado pelos criminosos havia 29 artefatos e 70 cartuchos de emulsão (material explosivo usado para a produção de bombas).
Por causa do uso de grande quantidade de explosivos, a Polícia Federal pode investigar o caso como crime de terrorismo.
Os policiais do Gate se reuniram nesta manhã para fazer uma varredura no centro de Araçatuba. Objetivo é saber se há mais explosivos deixados pelo grupo. Por conta da ação, o comércio na região ficou fechado nesta terça-feira (31).
As aulas também foram suspensas e o transporte público teve alteração na rota dos ônibus para evitar circulação de pessoas no centro.
Três presos
Um suspeito de envolvimento no ataque a três agências bancárias de Araçatuba foi preso em Campinas (SP), a 450 quilômetros de distância do mega-assalto no noroeste paulista, na noite de segunda-feira.
De acordo com a Polícia Federal, ele foi detido por policiais da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) e encaminhado a sede da Polícia Federal em Araçatuba. A PF assumiu a investigação do crime por envolver bancos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) ligados ao governo federal.
O homem é a quarta pessoa detida durante a investigação. Um suspeito detido, também na segunda-feira, foi ouvido e liberado. Um casal segue preso por suspeita de envolvimento no crime.
O ataque
Pelo menos 20 criminosos participaram da ação no interior de São Paulo, que resultou em três mortes e cinco feridos, um deles em estado gravíssimo depois que teve os pés amputados após ser atingido por explosivo.
A quadrilha chegou à região central de Araçatuba por volta da meia noite de segunda-feira e rendeu moradores. Eles foram usados como “escudo humano” sobre os carros. Um homem obrigado a se segurar no capô de um carro relatou momento de pânico.
Veículos foram queimados em vários pontos do município e da região para impedir a chegada da polícia. Drones também foram usados pela quadrilha para monitorar a ação da Polícia Militar.
Fuga e buscas pelos criminosos
Duas agências bancárias foram assaltadas. Em uma delas, que funciona como uma tesouraria regional, os criminosos tiveram acesso ao cofre subterrâneo. Na outra, a quadrilha atacou os caixas eletrônicos. A terceira agência foi apenas danificada. O valor levado não foi divulgado.
Depois de atacarem as agências bancárias e trocarem tiros com a Polícia Militar, os criminosos fugiram em direção ao bairro Engenheiro Taveira, onde também roubaram veículos de moradores.
Durante a ação criminosa com tiros e explosões, que durou duas horas, dois moradores e um dos integrantes da quadrilha morreram baleados. Cinco homens também ficaram feridos durante o mega-assalto. Todos foram levados para a Santa Casa de Araçatuba, incluindo o jovem que teve os pés amputados após se aproximar do explosivo.
Dos cinco pacientes, dois estão com escolta policial. Ou seja, são considerados suspeitos de participarem da ação.
Policiais civis, militares e federais fizeram buscas pelos criminosos durante toda a tarde de segunda-feira. Em uma mata localizada entre os municípios de Bilac e Gabriel Monteiro (SP), foram encontrados sete carros usados pela quadrilha.
De acordo com a Polícia Militar, um veículo com vidro do passageiro adaptado para tiros serem disparados foi encontrado.
“O veículo é de grande porte. Possivelmente, eles deixaram um calibre.50, que é uma arma de guerra, fixado em um tripé. O buraco serve para colocar o cano arma para o lado de fora. Os bandidos conseguem atirar na de dentro do carro. Eles ficam protegidos porque o veículo é blindado. Nós encontramos munições de .50, .762. e .556”, afirmou o capitão Alexandre Tropaldi.
Um ônibus abandonado com tambores de gasolina também foi encontrado próximo ao pedágio de Glicério (SP). A suspeita é de que o combustível tenha sido usado pelos criminosos para atear fogos em veículos na Rodovia Marechal Rondon.