O Tribunal de Justiça (TJ) decretou, no início da tarde desta sexta-feira (10), a prisão preventiva do motorista Rogério Giugni, de 39 anos, que invadiu um ponto de ônibus e atropelou oito pessoas na quinta-feira (9), em Campo Limpo Paulista (SP)
Segundo a Polícia Civil, ele estava bêbado e não tinha carteira de habilitação. A prisão em flagrante foi convertida em preventiva – quando o investigado fica preso até o julgamento – durante a audiência de custódia. Rogério Giugni foi transferido para o Centro de Triagem de Campo Limpo Paulista.
Um bebê de 11 meses e uma criança de oito anos não resistiram aos ferimentos e morreram após o acidente. Outras três pessoas continuam internadas nesta sexta-feira (10), incluindo uma menina de cinco anos. Mais duas crianças de sete anos receberam alta na quinta.
A assessoria do Hospital Universitário (HU) informou, na manhã desta sexta, que a criança de cinco anos apresentou melhora no quadro e está estável. Mas ainda não há previsão de alta.
De acordo com o delegado Rafael Diorio, as vítimas, entre elas as cinco crianças, foram atingidas pelo carro em um local que costuma ser usado como ponto de ônibus na Estrada da Bragantina, no bairro Estância São Paulo.
A Polícia Civil investiga se o motorista estava participando de um racha e se perdeu o controle do veículo. Também são avaliadas as possibilidades de ele ter tentado ultrapassar outro veículo em um lugar proibido ou de ter perdido o controle da direção devido ao estado de embriaguez.
Prisão e embriaguez
Segundo a Polícia Civil, Rogério confessou que havia ingerido bebida alcoólica e estava com sinais de embriaguez. “Ele estava bastante alterado e com fala pastosa. Além disso, havia cheiro forte de álcool”, informou o delegado.
Após o acidente, o condutor do carro ficou ferido e foi levado para um hospital. Ele foi autuado no local por homicídio doloso, de acordo com o delegado.
A prefeitura informou ao G1 que decretou luto oficial de três dias. O Executivo lamentou o ocorrido e disse que está prestando apoio médico, social e psicológico a todos os envolvidos.
‘Destruiu uma família inteira’
A tia do bebê de 11 anos que morreu no acidente disse à TV TEM que a família quer justiça. Maria Zenaide contou que a criança se chamava Lorenzo Daniel e estava dormindo no colo da sobrinha, que costumava levá-lo para acompanhar o irmão enquanto esperava pelo ônibus escolar.
“Destruiu uma família inteira. Aonde já se viu, uma criança com toda a vida pela frente. Como que pode? Aonde a gente vai parar? Cadê a nossa justiça? Aí ele vai e prende, amanhã solta na rua um cara desse porque ele pagou uma fiança. Quem é que vai aceitar?”, relatou Maria.