Idoso morre no dia em que seria solto de presídio em Alagoas

Cícero Maurício morreu no dia em que seria libertado

Um idoso de 63 anos, identificado como Cícero Maurício da Silva, morreu no dia em que seria libertado, após ficar 32 dias presos no Presídio de Segurança Máxima de Maceió, sob a acusação de estelionato. As informações foram divulgadas no fim de semana pelo jornal O Globo.

O idoso foi preso no dia 23 de agosto quando tentava tirar um documento de identidade. Segundo a polícia judiciária, constava contra Cícero Maurício um mandado de prisão em aberto, desde 2010, pelo crime de estelionato. Ele seria acusado de vender um terreno a mais de uma pessoa.

Após a prisão, a família contratou o advogado Gilmar Francisco Soares Júnior, que impetrou vários pedidos de habeas corpus, negados pelo Tribunal de Justiça de Alagoas e pelo Superior Tribunal de Justiça.

Enquanto esteve preso, o idoso não pôde receber visita de familiares devido à greve dos policiais penais no Estado. No dia da soltura, momentos antes de entrar em um veículo, o idoso sofreu um infarto. A Secretaria de Ressocialização informou que Cícero Maurício recebeu socorro, mas não resistiu.

A defesa do idoso aponta várias irregularidades na sua prisão. Segundo o advogado, o idoso era analfabeto e não teria como saber que estava sendo processado. A defesa afirma, ainda, que mesmo que fosse condenado, ele cumpriria a pena em regime semiaberto, disse o operador do Direito ao jornal.

O habeas corpus foi concedido no último dia 22 e na sexta (23), quando ocorreria a soltura, ele morreu. A reportagem do Alagoas 24 horas entrou em contato com o advogado para saber os próximos passos da defesa e ele informou que a família irá “buscar uma indenização por parte do Estado. O Sr. Cícero era o único provedor do lar, toda a família dependia dele, inclusive uma pessoa com deficiência, que tem em torno dos seus 38 anos, mas tem a mentalidade de uma criança”.

Ainda segundo o advogado, Cícero Maurício tinha diabetes, pressão alta e fez tratamento oncológico. Questionado se o sistema prisional foi informado sobre esse histórico foi taxtico, “sistema prisional, infelizmente, não quis sequer nos ouvir. Nem eu, como advogado, tampouco a família pudemos ter acesso a ele por conta da greve”.

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