Hang reclama de CPI e diz que ainda vai pensar sobre eleições em 2022

Luciano Hang, dono das lojas Havan, prestou depoimento à CPI da Pandemia nesta quarta-feira (29), e, em entrevista coletiva após a sessão, disse que foi “perseguido” pela comissão e afirmou que os fatos apresentados pelos senadores eram apenas “narrativas” e não condizem com a realidade.

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Hang foi questionado por divulgar informações falsas e tratamentos ineficazes contra a Covid-19, e sobre um suposto apoio financeiro a blogueiros bolsonaristas investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“Eram tudo narrativas. Eles mostravam as coisas e eu queria tempo para poder explicar cada coisa. E no final, quando cada senador pegou o microfone, começaram a dizer que tudo aquilo eu falei ao contrário eu tinha provado. Ou seja, não tem verdade nenhuma. Na realidade são narrativas, que segundo alguns senadores, é a tônica dessa CPI”, afirmou Hang em entrevista coletiva.

O empresário declarou durante o depoimento que não fez colaboração com o chamado “gabinete paralelo” e que não era um “negacionista”, além de refutar que tenha financiado a propagação de fake news sobre a pandemia. Ainda se colocou como um ativista político e deixou em aberto uma futura candidatura nas eleições de 2022.

“Acho que boas pessoas, empreendedores e empresários precisam entender que nós não vamos mudar o Brasil sentados no sofá da nossa casa. Nós precisamos ajudar mudando as leis, reduzindo o estado, a burocracia, fazendo com que esse país cresça, gerando emprego. Eu vou pensar até o último dia [sobre 2022] e fica em aberto a minha possibilidade na vida pública”, afirmou.

Hang virou alvo da CPI por supostamente fazer parte do “gabinete paralelo”, grupo que assessorava o presidente Bolsonaro nas questões relacionadas à pandemia, e por ligações no caso que envolvia a Prevent Senior.

O nome do dono das lojas Havan foi citado durante o depoimento de Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da operadora de saúde. A mãe do empresário, Regina Hang, de 82 anos, ficou internada em uma das unidades do hospital Sancta Maggiore, que pertence à operadora de saúde.

Em um vídeo apresentado na CPI, Hang diz que se arrepende de não ter levado sua mãe para fazer o chamado “tratamento precoce”. Entretanto, o dossiê aponta que o prontuário de Regina Hang mostra que ela utilizou o “kit Covid” e repetiu o tratamento sem eficácia enquanto estava internada. Após sua morte por complicações da doença, teve sua declaração de óbito fraudada. Segundo o empresário, a operadora de saúde errou ao fazer o atestado de óbito.

Fonte: CNN Brasil

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