Menina assassinada em Araguari levou 14 facadas; polícia ainda investiga se houve estupro

Em entrevista coletiva, delgado disse que só exame em amostras de DNA vão identificar se teve violência sexual antes da morte. Larissa dos Anjos saiu na quarta (29) para comprr gelatina e foi encontrada morta no quintal da casa do suspeito, que também morreu após ser agredido por populares.

Larissa dos Anjos Sena, de 9 anos, que foi morta em Araguari, foto de arquivo

A Polícia Civil irá enviar amostras de DNA para Belo Horizonte para poder identificar se Larissa dos Anjos Sena, de 9 anos, foi estuprada antes de ser morta em Araguari. O suspeito de ter assassinado a criança é Juliano de Almeida Ribeiro, de 35 anos, que foi morto após ser agredido por populares momentos depois.

De acordo com o delegado de homicídio de Araguari, Felipe Oliveira Monteiro, a menina teve 14 perfurações de faca no corpo. A morte de Juliano, que ocorreu após ser espancado por pessoas que o acusaram do assassinato, já que o corpo foi encontrado no quintal de sua casa, também será investigada.

A menina foi encontrada sem roupa no quintal da residência na Rua dos Antúrios. Em seguida, o suspeito do assassinato foi agredido por um grupo de vizinhos, amigos e familiares da garota e morreu no local. Após o crime, um incêndio foi registrado na casa de Juliano.

O velório de Larissa estava marcado para esta quinta-feira (30) às 12h, no cemitério Bom Jesus, em Araguari. O sepultamento deverá ocorrer às 14h. O corpo de Ribeiro já foi enterrado.

Investigação

De acordo com o delegado, quando a polícia chegou no local, havia várias pessoas entrando e saindo da residência.

“O corpo da Larissa estava no quintal da casa e o corpo do autor estava dentro da casa com diversos sinais de agressão. Foi chamado o socorro, que constatou o óbito dele e da Larissa. Apesar de toda essa interferência tentamos preservar ao máximo o local”.
Também foi levantada a possibilidade de a criança ter sido vítima de estupro, até por ter sido encontrada nua. Monteiro afirmou que ainda não foi possível concluir se houve ou não esse crime. “Foram coletados materiais genéticos, de DNA, que a gente vai mandar para Belo Horizonte, para que os exames microscópicos sejam realizados”.

“Nós temos indícios de algum tipo de violência sexual, até pelo fato dela ter sido encontrada nua no fundo da residência. Pode ser que não tenha ocorrido o ato em si, mas alguma tentativa de violência sexual pode ter ocorrido”, completou.

Morte do suspeito

Já em relação à morte de Juliano, o delegado disse que ele foi atingido por diversos instrumentos. “A população ficou revoltada por encontrar o corpo da menina no local e o agrediu. A gente aconselha que ninguém faça Justiça com as próprias mãos”.

Ainda sobre o suspeito, Monteiro disse que as informações são preliminares sobre ele estar passando por “surtos psicóticos”, porém, um caderno encontrado na residência com anotações dele de frases sem muito sentido podem dar o indício de algum transtorno psiquiátrico. No caderno estava escrito frases como “o tempo está acabando” e “você consegue dormir em paz?”.

Caderno encontrado na casa de Juliano de Almeida Ribeiro, local onde foi registrado o crime em Araguari — Foto: Reprodução/TV Integração

Caderno encontrado na casa de Juliano de Almeida Ribeiro, local onde foi registrado o crime em Araguari — Foto: Reprodução/TV Integração

Ainda na residência, por volta das 20h45, houve um incêndio. O Corpo de Bombeiros esteve no local e conseguiu controlar as chamas. Um cômodo foi atingido e houve alguns danos estruturais, além de móveis danificados. Ainda não se sabe as causas do fogo e se realmente foi criminoso.

O crime

Segundo a Polícia Militar (PM), Larissa saiu de casa entre 11h30 e 12h para ir até uma mercearia comprar gelatina. Primeiro ela foi a um comércio que ficava bem próximo à casa dela, mas não encontrou a que ela queria. Ela então foi para outra mercearia, a cerca de 300 metros de onde ela morava. Após isso, ela desapareceu e não voltou para casa.

Com isso, familiares e vizinhos começaram a procurá-la pelo bairro. Em determinado momento, o grupo de busca se deparou com o autor na porta da residência dele e perguntou se ele tinha visto a menina, porque eles moravam na mesma rua. O homem negou.

Ainda durante as buscas, um colega de escola da vítima disse para a família que a viu passando pela rua da casa dela com uma sacola na mão e que o suspeito também estava sentado na calçada quando a menina passou.

Com isso, o grupo retornou para a casa do autor com a suspeita de que ele sabia do paradeiro da criança e entraram na residência dele no intuito de localizá-la.

“Infelizmente a localizaram no quintal, não enterrada, mas obstruída por uma porta, folhas de bananeira, terra, como se ele estivesse escondendo a criança”, disse o capitão da PM Tiago Andrade Lana.

Quando um grupo chegou ao local, o homem já não estava na calçada e não quis abrir o portão. Com isso, este grupo foi até a casa da mãe dele, que mora próximo e a chamaram. Ela abriu o portão da casa do filho e eles o encontraram bastante agitado.

“Os populares que estavam lá, que nós infelizmente não conseguimos identificar porque tinham parentes, tinham amigos, tinham vizinhos, tinham outras pessoas até desconhecidas, iniciaram diversas agressões contra o autor e, com a chegada das equipes policiais, essas pessoas foram saindo da residência e nos deparamos com o autor bastante machucado, já praticamente, a princípio, sem vida”, informou o capitão da PM Tiago Andrade Lana.

O capitão Lana disse também que, a princípio, não havia nenhuma testemunha dentro da residência do suspeito. Por isso, ainda não há uma motivação específica para o crime.

Fonte: g1

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