Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (15), o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) disse que seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) poderiam ter evitado a troca de farpas em relação à demora em pautar a sabatina de André Mendonça, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Sugeri uma reunião entre os dois para a definição da sabatina [no Senado]. Mas claro que há um descontentamento, a troca de farpas pública atrapalhou. Alcolumbre e meu pai podiam ter evitado”, disse. Para o senador, cabe ao Senado definir o quanto antes o assunto.
“Não tem uma solução diferente. O presidente já falou que não vai retirar a indicação. O André Mendonça já disse que não vai desistir. Então cabe ao Senado discutir”, disse Flávio.
Apesar das críticas, o senador disse que Alcolumbre já foi importante para o governo, e não merece ser injustiçado.
“Ele foi importante para o governo, viabilizou a Reforma da Previdência, capitalização da Eletrobrás. Meu empenho é reaproximar os dois (Bolsonaro e Alcolumbre) para definir uma data. Acredito que o senador vai tomar a decisão de pautar ainda esse ano”.
CPI da Pandemia
Flávio também comentou o desfecho da Comissão Parlamentar de inquérito (CPI) da Pandemia. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) deve apresentar o relatório nesta semana. A CNN revelou que os filhos do presidente Bolsonaro devem ser indiciados pelo compartilhamento de fake news.
“Nem eu, nem o presidente, nem ninguém da família compartilhou fake news”, defendeu o senador. “Ao longo da pandemia, fomos aprendendo muito, com informações novas e análises científicas. (…) Muitas coisas vão ser comprovadas ou não pela ciência ao longo do anos. Nada que se coloque agora no relatório pode ser conclusivo”.
Para Flávio, o maior erro governo na pandemia foi não comunicar todas as ações que estava realizando para ajudar a população. “Faltou maior publicidade de tudo que fizemos”, disse. Ele também defendeu seu pai, que deve ser indiciado por 11 crimes pelo relatório da CPI.
A CNN procurou o senador Renan Calheiros para comentar as declarações e aguarda retorno.
“A CPI não tem competência para investigar presidente. (…) Algum governante já lidou com pandemia? Querem cobrar do presidente uma postura em tempos normais. Não é fácil tomar decisões”, completou.
Sobre a declaração de Jair Bolsonaro nesta semana, em que afirmou que não vai se vacinar contra a Covid-19, Flávio defendeu o posicionamento de seu pai.
“Ele está imunizado, com anticorpos fortes e presentes. O médico dele deve ter orientado ele dessa forma. Eu tomei minha segunda dose ontem. Já tive Covid e tomei as duas doses. O presidente diz que é essa questão é uma liberdade de cada um, toma se quiser. Eu, como filho, tomei, assim como a esposa dele”.
Preço dos combustíveis
Flávio elogiou a postura do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre a condução do projeto de redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis.
“Lira tem ido muito bem nessa pauta, ao falar da pressão sobre o presidente. E os governadores têm feito o que para amenizar o problema? Quando o barril sobe desse jeito, eles não mudam a alíquota do ICMS, e lucram muito com isso. Eles têm espaço sim para sacrifício”, disse.