O juiz Nelson Fernando de Medeiros Martins, titular da Vara Criminal de Penedo, vai ouvir na próxima terça-feira, dois acusados de participação na morte da estudante Roberta Dias, ocorrido em em abril de 2012. Na ocasião ela estava grávida de três meses e esse teria sido o motivo do crime.
De acordo com a mãe de Roberta, Mônica Dias, depois de anunciar a gravidez, a jovem – à época com 18 anos – recebeu a visita da avó paterna da criança que ofereceu um medicamento para que ela abortasse. Ao se recusar a realizar o aborto, Roberta recebeu ameaças e três dias depois desapareceu quando foi ao posto de saúde para fazer o pré-natal. Desde então ela não foi mais vista.
A investigação do desaparecimento ganhou outros rumos depois da divulgação de áudios que comprometem a mãe e um amigo do ex-namorado de Roberta. Eles foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima); ocultação de cadáver e aborto provocado por terceiro.
Também a partir do conteúdo dos áudios, no qual um dos acusados relata como matou a estudante e se livrou do corpo, a família conseguiu chegar à ossada da jovem, que estava enterrada em um trecho entre o Pontal do Peba e Feliz Deserto, na região Sul de Alagoas. Apesar da confirmação da identificação da ossada, a família ainda não conseguiu liberação da Justiça para realizar o sepultamento.
A expectativa é que o juiz possa determinar a liberação dos restos mortais de Roberta após a audiência.
O processo do caso Roberta Dias está incluso na meta 2/2021 do Conselho Nacional de Justiça, que estabeleceu como prazo final para conclusão o dia 31 de dezembro de 2021.
